Ex-dirigente do rúgbi desiste de concorrer à presidência do COB
O advogado Sami Arap Sobrinho, atual presidente do Conselho de Ética do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e ex-presidente da Confederação Brasileira de Rúgbi (CBRu), anunciou hoje (21) que desistiu de concorrer à presidência do COB, em pleito marcado para novembro. O Comitê entende, porém, que ele já não poderia concorrer.
Sami, como é conhecido no movimento olímpico, havia anunciado em novembro sua intenção de se candidatar, depois que o Olhar Olímpico revelou que o presidente Paulo Wanderley havia apresentado uma minuta para fazer profundas alterações no estatuto do COB, acabando com a autonomia do Conselho de Ética. A movimentação do presidente do COB repercutiu mal à época, e boa parte das alterações propostas não foi aprovada.
Desde então o COB vive clima eleitoral. Sami, que passa boa parte do seu tempo nos Estados Unidos e é ligado a dirigentes mais jovens do movimento olímpico brasileiro, participou pouco dessa discussão pré-eleitoral, polarizada entre Paulo Wanderley, que não confirma se será candidato, e Alberto Murray, que também foi presidente do Conselho de Ética e renunciou à vaga no órgão no ano passado para poder se dedicar à campanha.
Nas alterações estatutárias do fim do ano passado, foi aprovado que, para concorrer à presidência, um membro do COB deveria se desincompatibilizar a 120 dias do início dos Jogos Olímpicos de Verão daquele ano. Em 19 de fevereiro, o Conselho de Administração se reuniu e definiu as regras para a eleição. Mas o regimento discutido ali só foi publicado em 25 de junho, mantendo as datas da Olimpíada em 2020 como referência.
Essa é a origem do problema. No entender de Sami, como não haverá Olimpíada em 2020, a regra de desincompatibilização caducou. Mesmo sem renunciar ao Conselho de Ética, Sami poderia concorrer à presidência do COB. Mas Paulo Wanderley e Murray têm entendimento oposto. No entender deles, a Olimpíada é data referência e é mantida mesmo com o adiamento.
Com o anúncio de Sami de que não pretende concorrer, a discussão sobre a legalidade ou não de um pleito dele torna-se inócua. Mas a discussão pode voltar por outros interessados. Paulo Wanderley tem perdido aliados e corre risco de não conseguir a reeleição. Uma das possibilidades para o grupo se manter no poder seria apresentar um novo nome, e aí parece escolha natural o vice Marco La Porta, que tem pouca rejeição entre atletas e confederações.
Só que La Porta não poderia concorrer pela regra de desincompatibilização, a não ser que buscasse a Justiça comum. Hoje, isso parece improvável. Até novembro, porém, ainda muita coisa deve rolar. Até porque, até agora, só Murray está oficialmente em pré-campanha. Pelo lado governista, o discurso oficial é que a eleição só será discutida no futuro.
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