Praia vence areia e dá nome a versão do handebol que quer ser olímpica

A Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) bateu o martelo: a modalidade antes conhecida formalmente no Brasil como "beach handball" vai se chamar "handebol de praia" e não "handebol de areia". A decisão pode parecer banal, mas era alvo de uma profunda discussão na modalidade e pode impactar no quadro de medalhas do Brasil nos Jogos Olímpicos.

A discussão envolvia interesses diversos. Aqueles que defendiam a escolha por "handebol de areia" argumentavam que, com esse nome, a modalidade poderia sofrer uma rejeição menor em cidades sem litoral. Se o esporte é "de areia", ele pode ser praticado em qualquer quadra de areia, seja na beira da praia, seja em centros urbanos.

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Já o grupo que defendia o "de praia" apontava que, com esse nome fica mais fácil correlacionar a modalidade ao vôlei de praia, um sucesso de marketing no Brasil e que também tem eventos em cidades sem litoral - há competições em Campinas, São Paulo, Brasília, Teresina, etc.

Havia ainda uma terceira opção: manter o nome em inglês. No futebol, a CBF trata a versão de areia (ou de praia) como "beach soccer". No tênis joga-se "beach tennis", assim mesmo com o 'n' dobrado, como no inglês. No Brasil, existe inclusive uma liga nacional que leva o "beach handball" no seu nome.

O Brasil tem grande interesse no esporte, tendo subido ao pódio de todos os Mundiais, masculinos e femininos, disputados desde 2006. São oito medalhas de ouro, três de prata e três de bronze. Por isso, ninguém quer mais que o Comitê Olímpico Internacional (COI) e o comitê organizador dos Jogos Olímpicos de Paris-2024 incluam a modalidade no programa.

Em fevereiro, a Federação Internacional de Handebol apresentou a documentação pedindo uma competição com oito equipes masculinas e oito femininas, em um total de 128 atletas. As competições seriam disputadas em 48 jogos, disputados ao longo de seis dias. Apertando o calendário do vôlei de praia, seria possível jogar os dois esportes numa arena só - COI e comitê organizador concordaram que nenhuma nova instalação será construída para receber novas modalidades.

Não seria a estreia do beach handball nos Jogos Olímpicos, porém. Em 2018, na Olimpíada da Juventude, disputada na Argentina, o handebol optou, juntamente com o COI, por ter um torneio de areia, não de quadra. O torneio foi considerado um sucesso, emulando o clima sempre elogiado das arenas de vôlei de praia nos Jogos Olímpicos.

O COI tem buscado tornar o programa olímpico mais interessante para os jovens. Por isso incluiu escalada esportiva, skate, surfe, basquete 3x3 e BMX Freestyle no programa da Olimpíada de Tóquio e terá o breakdance, a outra modalidade estreante em Buenos Aires-2018, nos Jogos de Paris. Também já é certo que, na vela, a Olimpíada francesa terá a estreia da classe kitesurf (ou kiteboarding).