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Olhar Olímpico

Campeã mundial de handebol é liberada para jogar após doping polêmico

Elaine Gomes, da seleção de handebol - Abelardo Mendes Jr/Rede do Esporte
Elaine Gomes, da seleção de handebol Imagem: Abelardo Mendes Jr/Rede do Esporte

28/08/2020 12h43

A jogadora brasileira de handebol Elaine Gomes, campeã mundial em 2013, está liberada para voltar a jogar depois de se envolver em um dos maiores escândalos recentes de doping. Ela e todas as colegas do Corona Brasov, da Romênia, haviam sido suspensas depois que se descobriu que o médico do time aplicou nelas um tratamento com aplicação de laser intravenoso que é proibido pelo código mundial antidoping.

O escândalo estourou na véspera do Mundial do ano passado, quando um jornal romeno revelou que o médico do Corona Brașov havia realizado a terapia proibida em três jogadoras, sendo duas da seleção romena. No mesmo dia o clube emitiu comunicado afirmando que o tratamento "não era para aumentar o desempenho esportivo, mas para melhorar a recuperação em tratamento médico por fadiga". Mesmo assim, o tratamento é proibido.

Logo descobriu-se que haviam passado pelo tratamento não apenas as três atletas que apareciam em uma foto postada em uma rede social por uma delas, mas todo o elenco do time romeno. Seis jogadoras que estavam convocadas para jogar o Mundial por Romênia (quatro), Montenegro e Brasil foram cortadas.

Dezessete atletas foram suspensas provisoriamente em novembro e julgadas em junho pela agência antidoping da Romênia. Mesmo alegando que não sabiam que o tratamento era proibido e que foi realizado pelo médico do clube em todo o elenco, elas foram suspensas por 16 meses. O médico levou quatro anos de gancho. O então presidente do clube, dois anos e meio.

A boa notícia saiu ontem (27). A Justiça Desportiva da Romênia congelou a pena e deu autorização para ela voltar a jogar a partir de 14 de setembro. Com isso, ela pode ser contratada por um clube europeu, voltar a jogar e a receber um salário. A pivô também volta a sonhar com os Jogos Olímpicos de Tóquio.

"É uma felicidade que não está cabendo em mim. Esses últimos dias foram especialmente difíceis, com portas se fechando, além da dificuldade de me manter com um psicológico bom. A gente acaba alternando dias melhores e piores, mas tenho certeza de que o dia de hoje nunca vai sair da minha memória. Finalmente recebi a notícia que tanto esperava e estou liberada para voltar a jogar e fazer o que eu mais amo nesse mundo", disse Elaine, via assessoria de imprensa.

"Eu venho de uma família humilde. Além de tudo ainda tinha a questão financeira. Mesmo assim, consegui manter a forma, treinei muito sozinha, fiz físico, o que também me ajudou a manter a cabeça boa. Nunca vou conseguir agradecer a todo mundo. Agora me sinto pronta para continuar minha carreira ainda mais forte", continuou. Ela tem propostas de clubes europeus e deve voltar ao Velho Continente.