Confederações lançam chapa ao COB com cartola do pentatlo e Robson Caetano
A eleição para presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) ganhou uma chapa de última hora. Um grupo de dirigentes que no passado se articulou para tentar tirar Carlos Arthur Nuzman do poder resolveu não apoiar nenhum dos três candidatos anteriormente lançados e resolveu apresentar sua própria chapa, formada por Helio Meirelles Cardoso, do pentatlo, e o medalhista olímpico Robson Caetano como candidato a vice.
Com isso, serão quatro chapas na eleição marcada ontem (3) para acontecer em 7 de outubro. Paulo Wanderley concorre à reeleição com o atual vice Marco La Porta. O advogado Alberto Murray, ex-presidente do Conselho de Ética, tem como candidato a vice Mauro Silva, do boxe. E Rafael Westrupp, recentemente reeleito presidente da Confederação de Tênis, forma chapa com o campeão olímpico Emanuel Rego, do vôlei de praia.
Como a eleição é em ondas, isso significa que serão até três turnos até um candidato ter a maioria (25) dos 49 votos. O grupo que apoia Hélio está junto desde que, em 2016, tentou lançar Alaor Azevedo, do tênis de mesa, como opositor a Nuzman, não chegando ao número de assinaturas suficientes para registrar chapa. Como o estatuto mudou, agora são necessários apenas três endossos. Hélio tem cinco: pentatlo moderno, levantamento de peso, remo, tiro esportivo e tênis de mesa.
O grupo inicialmente tinha 12 confederações e rachou quando Rafael Westrupp decidiu lançar-se candidato. Liderados por Alaor e Hélio, esse grupo tentou negociar apoio às três chapas lançadas anteriormente e acabou optando por um voo solo. Robson Caetano foi convidado a ser vice e aceitou. Os dois são do Rio de Janeiro.
A chapa parece ser a com menos chance de vitória, até porque muito dificilmente terá os 12 votos dos atletas, que prometem votar juntos. Todas as cinco confederações do grupo de Hélio votaram contra o aumento do número de atletas na assembleia do COB. "Vai ser o trabalho do Robson, o Robson vai ter que conversar bastante com eles", admite Hélio, que não participou daquela votação, por estar viajando. Seu representante votou contra os atletas, depois de receber orientações do grupo que agora pretende chegar à presidência do COB.
Hélio está há 18 anos no comando da Confederação Brasileira de Pentatlo Moderno, desde 2002, quando era vice e assumiu dois anos do fim do mandato do seu antecessor. Depois, se reelegeu em 2004, 2008, 2012 e 2016. Ele tende a concorrer a mais um mandato no fim deste ano, se houver entendimento de que uma candidatura seria legal.
Existe uma discussão se dirigentes que estavam no poder antes de o limite de reeleições entrar na Lei Pelé, em 2015. A Advocacia Geral da União (AGU) foi questionada e, em fevereiro, emitiu parecer contrário. Dirigentes que tentarem se reeleger para terceiros, quartos, quintos mandatos correm o risco de verem suas confederações serem impedidas pela União de receberem recursos públicos.
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