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Havaianas acerta patrocínio com COB e atletas vão desfilar de chinelo

Martine Grael subiu nos ombros de Kahena Kunze, inovando no protocolo da cerimônia de abertura do Pan em Lima - Jonne Roriz/COB
Martine Grael subiu nos ombros de Kahena Kunze, inovando no protocolo da cerimônia de abertura do Pan em Lima Imagem: Jonne Roriz/COB

20/09/2020 12h50

Os atletas brasileiros vão desfilar usando chinelos da marca Havaianas na Cerimônia de Abertura dos Jogos Olímpicos de Tóquio, adiados para o ano que vem. O contrato de patrocínio da Alpargatas ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) foi revelado na sexta-feira pela Folha e confirmado pelo Olhar Olímpico. O Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) também fechou contrato com a marca, mas o uso do calçado nas cerimônias depende do lançamento de produtos voltados a amputados.

O contrato é um alívio para o COB, que sofreu, no atual ciclo olímpico, para se recolocar no mercado depois de sete anos de "máscara olímpica". Entre 2009 e 2016, da escolha do Rio como sede da Olimpíada até o evento em si, o comitê ficou proibido de firmar contratos próprios de patrocínio, recebendo como contrapartida uma parcela do que os patrocinadores olímpicos pagavam ao Comitê Organizador.

Quando esse período de máscara acabou, na virada de 2016 para 2017, o COB se viu sem nenhum patrocinador. E logo teve seu nome manchado pela prisão do seu então presidente, Carlos Arthur Nuzman. Desde então, o comitê falhou na busca por um patrocinador máster, algo que permeia as discussões pré-eleitorais do COB.

No ano passado, o COB recebeu apenas R$ 1,2 milhão em patrocínio, sendo metade da Coca-Cola (patrocinadora dos Jogos Escolares) e metade das marcas japonesas Ajinomoto e da Menji. Todos os outros contratos são de permuta: R$ 4,9 milhões da Estácio, R$ 2,6 milhões da Peak (fornecedora de material esportivo) e R$ 1,7 milhão da Travel Ace. A principal fonte de recursos privados do comitê é o programa de cessão de marca internacional, a parte que cabe ao COB na divisão de recursos do COI. Em 2019, foram R$ 13 milhões.

Agora, o acordo com a Alpargatas inclui o pagamento de valor em cash, que não foi revelado, mas é maior do que paga qualquer outro patrocinador. Além do acordo para que os atletas vistam na Cerimônia de Abertura os chinelos de dedo que os brasileiros usam diariamente — que oficialmente são chamados de 'sandálias' pela marca —-, a empresa irá realizar ativações e lançar produtos licenciados do Time Brasil, o que ainda vai render royalties para o comitê.

No ano passado o COB já havia anunciado contrato para vestir roupas da marca Wöllner na Cerimônia de Abertura. O contrato, porém, não inclui pagamento em dinheiro, apenas o fornecimento das vestimentas, no valor de R$ 100 mil. Durante os Jogos, a Missão Brasileira precisa utilizar vestimentas da Peak. A exceção é o período de competição, dentro de quadra/campo/pista, quando cada confederação pode utilizar peças de seus fornecedores de material esportivo.

A Alpargatas também fechou como CPB, mas o contrato é menor e mais complexo. Parte dos atletas paraolímpicos é cadeirante e, outra parte, amputada dos pés, o que torna menos simples a escolha de um calçado para as cerimônias. O CPB, assim como o COB, também não renovou contrato com a Nike no fim do ciclo passado, mas optou por, desde então, produzir seu material esportivo. Pelo contrato com a Havaianas, a marca vai se dedicar ao lançamento de produtos voltados a esse público, mas não há, ainda, previsão para que essa nova linha fique pronta.

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