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Hebraica nega apoiar Bolsonaro após repercussão de vídeo no Dia do Perdão

31.mar.2019 -Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, discursa ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em visita a Israel - Jack Guez/AFP
31.mar.2019 -Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, discursa ao lado do primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, em visita a Israel Imagem: Jack Guez/AFP

28/09/2020 12h52

A Hebraica de São Paulo envolveu-se em polêmica no fim de semana, na véspera do Yom Kipur, o Dia do Perdão, celebrado ontem (28) e hoje (29) pela comunidade judaica. O clube paulistano postou mensagens do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e da esposa dele, Michelle, e depois defendeu-se das críticas recebidas negando apoiar o político.

"A Hebraica SP recebeu mensagens de vereador, deputado, prefeito, presidente da Federação, Conib e do Presidente da República. São apenas mensagens de respeito à comunidade e ao judaísmo. Nada mais que isso. E isso não significa apoio ou opinião política", comentou o perfil oficial da Hebraica, no vídeo publicado no sábado e bastante criticado nas redes sociais.

No vídeo, Bolsonaro aparece ao lado de Fabio Wajngarten, secretário de comunicação e judeu, e diz "Queria desejar à comunidade judaica um bom jejum amanhã. E que sejam inscritos no livro da vida". Em outra mensagem de vídeo, Michelle Bolsonaro também faz os mesmos votos. Não há mensagens de outros políticos.

As publicações foram criticadas por seguidores do perfil. "É a semana sagrada aos judeus. Hoje é Dia do Perdão. Bolsonaro mentiu a semana toda, minimizou catástrofe ambiental e covid na ONU, mas fez vídeo politiqueiro de Yom Kipur, divulgado pela Hebraica SP. O clube, tão essencial, deveria estar mais atento à hipocrisia e ao Lashon Hará", escreveu o coletivo Judeus pela Democracia.

O clube deletou comentários críticos publicados nas suas redes sociais. "A Hebraica não é lugar de semear ódio, de qualquer espécie, não permitimos que isso seja feito em relação a qualquer pessoa. Em qualquer situação, comentários e ataques ofensivos são e serão sempre retirados. Isso é um princípio judaico. Lashon hará. Desta forma, qualquer mensagem de Yom Kipur, cumprimentando a religião e comunidade judaica, não pode ser alvo de ataques", afirmou.

Em 2017, em palestra em outro clube da comunidade judaica, a Hebraica do Rio, Bolsonaro prometeu que, se eleito presidente, acabaria com as demarcações para reservas indígenas. Foi também ali que ele comparou quilombolas com gado ao dizer que "o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas". Mesmo assim, foi aplaudido.

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