MP abre inquérito para investigar denúncia de rachadinha que sumiu da Alesp
O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) instaurou inquérito para investigar como uma denúncia de que diversos deputados da Assembleia Legislativa de São Paulo praticavam a chamada "rachadinha" sumiu da corregedoria da Alesp. O caso foi revelado pelo Olhar Olímpico em julho — relembre.
O inquérito foi instaurado em novembro pelo promotor de Justiça do Patrimônio Público e Social da Capital José Carlos Guillem Blat. O objeto da investigação é o "suposto desaparecimento de denúncia envolvendo servidores lotados no Núcleo de Avaliação Estratégica (NAE) da ALESP, que teriam se utilizado do cargo investigo (Assessor Especial Parlamentar) para procederem à devolução de valores a seus superiores ou parlamentares ('rachadinha')".
O Olhar Olímpico recebeu da prefeitura de São Paulo a informação de que houve uma denúncia à Corregedoria da Alesp em março de 2019. Quando o blog questionou o governo Bruno Covas (PSDB) sobre a contratação de Ronaldo Barreiros para comandar o Centro Olímpico, a prefeitura anexou um documento que não existe nos arquivos da Alesp.
É uma carta na qual um antigo funcionário da Corregedoria Parlamentar da Alesp, Fábio Siqueira Dias, arquiva um processo disciplinar contra Barreiros, citado ali como um dos 12 denunciados pelo esquema de rachadinha no Núcleo de Avaliação Estratégica (NAE) da Alesp. Siqueira havia sido candidato a deputado federal em 2018, e Barreiros trabalhou por sua eleição, como comprovam diversas fotos nas redes sociais.
O documento tem a assinatura de Siqueira em papel timbrado da Corregedoria, mas, de acordo com o órgão e com a Presidência da Alesp, ele não consta nos arquivos da Casa. Nem a Presidência nem a Corregedoria sabem dizer o que foi feito com a denúncia anônima. Mais: dizem que nunca souberam de sua existência. Depois da matéria do Olhar Olímpico, a presidência da Alesp abriu procedimento para investigar o caso. Barreiros foi exonerado do cargo na Secretaria Municipal de Esporte
Corregedor da Alesp entre 2017 e março de 2019, o agora ex-deputado Márcio Camargo (PSDB) confirmou ao blog que recebeu denúncia anônima sobre a rachadinha dias antes do fim da legislatura — ele não conseguiu se reeleger. E que deixou o processo para seu sucessor na Corregedoria; no caso, Estevam Galvão (DEM), que assumiu em 19 de março de 2019.
Galvão, que indicou Barreiros para receber quase R$ 20 mil por mês como assessor do NAE, nega que tenha herdado tal processo e também nega a autenticidade do documento que inocenta Barreiros da acusação de rachadinha. Tal documento é datado de 26 de março, exatamente uma semana depois da posse de Galvão como Corregedor e último dia de trabalho de Siqueira na Corregedoria. É consenso entre o atual e o antigo corregedores e na Mesa Diretora o entendimento de que não caberia a Siqueira tomar tal decisão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.