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Olhar Olímpico

Atleta do Fla e da seleção de vôlei reclama de racismo nas Lojas Americanas

24/11/2020 13h09

Uma das principais jogadoras de vôlei do país, Drussyla, do Sesc-RJ/Flamengo e da seleção brasileira, alega ter sofrido racismo ontem (23) enquanto fazia compras em uma unidade das Lojas Americanas no Rio de Janeiro. A jogadora fez diversos vídeos nos stories de sua conta no Instagram enquanto ela, a irmã e a mãe, todas pretas, eram frequentemente acompanhadas por seguranças da loja. Procurada pela reportagem, a Americanas disse apenas que "o respeito está na base da sua cultura e que repudia todo e qualquer ato de discriminação".

"Toda vez que eu venho nas Lojas Americanas é esse inferno. O segurança já passou por mim umas três vezes. Ele fica me seguindo, essa palhaçada, esse preconceito, só porque eu sou preta. Estou com minha família aqui, todo mundo é preto. É isso, é assim que a gente vive nesse 'brasilzão'. Toda vez é esse inferno", disse a ponteira, no primeiro de uma série de vídeos.

"Minha irmã idem. Toda vez que vem nas Lojas Americanas, a mesma coisa. Quarta vez que (o segurança) passou por mim. Está querendo trabalhar", disse. "Que vexame, né, minha gente? Que absurdo", prosseguiu a jogadora.

Depois, já no carro, a jogadora deu sua opinião: "Ele está fazendo o trabalho dele. Ele tem que, realmente, prestar atenção nas pessoas que entram, e tal, mas caralho, ficou no meu pé e no pé da minha família. E não é de hoje. Minha irmã vai lá e é a mesma pessoa, que faz as mesmas coisas... seguindo, seguindo e seguindo. O problema não é fazer o trabalho dele, ele está certo. É a forma que ele faz o trabalho dele. Triste. Essa é a realidade que a gente vive", desabafou.

Drussyla começou no vôlei de praia — foi vice-campeã mundial sub-21 em 2012 — e depois migrou para a quadra, passando por todas as seleções de base. Depois de uma boa temporada no Sesc em 2019, ela seria uma das principais peças do técnico José Roberto Guimarães na seleção naquele ano, mas precisou pedir dispensa por lesão.