CBV convoca reunião e deve abrir mão de polêmico piso amarelo
A diretora da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) vai ceder. A cúpula de entidade convocou uma reunião urgente com federações e clubes, amanhã (27) à tarde, para discutir o futuro dos polêmicos pisos "amarelo Banco do Brasil". No encontro, deverá dizer que cada clube poderá usar o piso que quiser no restante da Superliga, abrindo mão do produto comprado junto à Recoma.
A crise, que já era grande por causa das queixas de jogadores quanto ao excesso de aderência do novo piso, ganhou nova escala nas últimas horas. Um dos motivos é a reportagem publicada mais cedo pelo Olhar Olímpico mostrando irregularidades na compra de um piso de uma marca de terceira linha, enquanto a CBV só tinha autorização da sua assembleia (clubes, federações, atletas) para comprar o material da marca Taraflex, única aceita em competições da Federação Internacional de Vôlei (FIVB).
O problema deixou de ser exclusivamente esportivo e é, cada vez mais, político. Dirigentes de clubes da Superliga trocaram informações no começo da semana e chegaram à conclusão que os pisos não são padronizados. O de São José dos Pinhais (PR), por exemplo, tem características melhores do que os de Osasco, ainda que todos tenham chegado juntos da China. Para os dirigentes e técnicos, isso causa um desequilíbrio técnico na Superliga.
Além disso, a soma desses problemas escancara a falha da gestão da CBV, que pagou R$ 3,1 milhões para trocar todos os pisos dos 23 clubes das Superligas Masculina e Feminina (um 24º piso está em posse da confederação), de uma marca top de linha por outra que está causando descontentamento geral. Por causa do piso, boa parte da repercussão do torneio na imprensa e entre os fãs é negativa. E ninguém que correr o risco de ser culpado por lesão séria de um atleta de ponta na véspera da Olimpíada.
Tudo isso a poucas semanas da eleição para presidente na CBV (Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca, concorre à reeleição) e perto do fim do contrato com o Banco do Brasil, que entrou de gaiato nessa. As poças de água não são localizáveis na quadra, aumentando o risco de escorregões, e os atletas não conseguem enxergar a linha branca porque as cores são do padrão do banco, que acabou também responsabilizado pelos problemas.
Na reunião de amanhã, a CBV deverá dizer aos clubes que eles poderão usar os pisos que quiserem em seus jogos. Quem preferir, pode retornar a usar o laranja, que antes era o piso padrão do vôlei brasileiro.
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