Presidente do handebol suspenso por assédio sexual renuncia ao cargo
Então presidente da Confederação Brasileira de Handebol (CBHb), Ricardo Souza, o Ricardinho, renunciou ao cargo hoje (10). Dois dias antes, na terça, ele havia apresentado um atestado médico de "tosse crônica" para pedir afastamento do cargo por 30 dias, na expectativa que o Comitê Olímpico do Brasil (COB), na ausência dele, liberasse recursos para a seleção masculina disputar o Mundial, em janeiro. O COB reafirmou que só aceitaria a renúncia, e ele acabou não tendo escapatória.
Ricardinho foi suspenso pelo Conselho de Ética do COB, por dois anos, depois de uma denúncia anônima relatar um episódio de assédio sexual e moral contra uma funcionária da confederação durante os Jogos Pan-Americanos. Como revelou o Olhar Olímpico, ele a levou para Lima e tentou incluí-la como sua "acompanhante" no quarto do hotel oficial dos presidentes de confederações, enquanto ela se recusava.
A suspensão, porém, é aplicável apenas ao movimento olímpico, não necessariamente à confederação. Ela tem autonomia para manter Ricardinho na presidência, mas, ao fazer essa escolha, abriu caminho para que o COB cortasse qualquer tipo de relação oficial com a CBHb. E isso inclui o repasse de recursos da Lei Agnelo/Piva, única forma de sustento da confederação, que não tem patrocinador privado.
Ricardinho, que foi eleito vice-presidente e assumiu a presidência quando Manoel Oliveira foi afastado pela Justiça, anunciou sua renúncia em carta. "É do conhecimento de todos o que ocorreu na mina vida nos últimos meses. Fui alvo de um linchamento moral que nem os piores criminosos do país sofreram. Não tive sequer o direito de cumprir a pena a que fui condenado após os recursos, direito este conferido a qualquer criminoso do país, mesmo na certeza da injustiça feita contra minha pessoa", reclamou.
"Mesmo tendo o direito de permanecer no cargo para o qual fui eleito democraticamente, assegurado por uma decisão judicial, resolvi renunciar à presidência da entidade, para que a perseguição dirigida à minha pessoa não acabe por prejudicar todo o handebol, que é um patrimônio do povo brasileiro, e que as pessoas passam, mas as instituições ficam. Muitos já passaram e a CBHb e o handebol permanecem", escreveu, ressaltando que sua renúncia é "irretratável e irrevogável".
Agora o handebol deve correr contra o tempo para disputar o Mundial já nos primeiros dias de janeiro. Ontem (9) a confederação anunciou a convocação de 20 jogadores, sendo 17 de clubes europeus, que devem começar a treinar no dia 27, daqui a pouco mais de duas semanas. Mas a convocação não diz em que lugar do mundo será a apresentação e o treinamento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.