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Cavaleiro olímpico brasileiro é suspenso após agredir pônei

O cavaleiro Leandro Aparecido da Silva em seu CT em Ibiúna, em foto de 2011 - Caio Guatelli/Folhapress
O cavaleiro Leandro Aparecido da Silva em seu CT em Ibiúna, em foto de 2011 Imagem: Caio Guatelli/Folhapress

11/12/2020 12h38

O cavaleiro olímpico Leandro Aparecido da Silva foi suspenso provisoriamente pela Federação Internacional de Hipismo (FEI) após a repercussão de um vídeo em que ele aparece agredindo um pônei. Leandro, que tenta vaga em Tóquio-2020, é o técnico de Bárbara Laffranchi, que deve ser eleita para ser a próxima presidente da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) e que o manteve como treinador dos seus cavalos apesar das agressões gravadas. No Brasil, o STJD da confederação entendeu que não tinha jurisdição para julgá-lo, uma vez que a agressão ocorreu no haras dele.

O vídeo viralizou em julho. De acordo com Leandro, a gravação foi feita pelo seu próprio filho mais velho. Nela é possível ver o cavaleiro, que disputou os Jogos Olímpicos de Pequim, em 2008, montado sobre um pônei e maltratando o animal. Bronze no Pan de Lima, no ano passado, Leandro se explicou numa postagem do Facebook.

"Temos um pônei que é tratado com tudo do bom e do melhor, mas atacou minha filha de 2 anos, mordeu fio as costas dela, deixou na carne viva. Na hora fiquei muito indignado, porque ele foi realmente maldoso. Do jeito que eu estava, no mesmo momento montei ele para tentar mostrar que ele não deveria mais ter aquele tipo de atitude. Eu estava sem chicote, sem botas ou esporas e apenas com bridão", explicou.

Ele admitiu que "não é desta maneira o correto de corrigir", mas que, depois de ver a filha machucada, agiu errado. "Gostaria de me desculpar. Durante toda minha carreira, nunca tive nenhum episódio de má conduta, e devo toda minha vida aos cavalos", continuou o cavaleiro, que disputou o Mundial de 2018 e os Jogos Pan-Americanos de 2019 e tenta índice para os Jogos Olímpicos de Tóquio.

Leandro e seu filho também são prestadores de serviços na tradicional Sociedade Hípica Paulista, que chegou a suspendê-lo. Na ocasião, a empresária Bárbara Laffranchi, já candidata à presidência da CBH, tirou seus quatro cavalos da cocheira do clube e os levou para o haras de Leandro, para que ele continuasse os treinando.

Ao Olhar Olímpico, há dois meses, ela defendeu o cavaleiro que agora está suspenso. "Continuo achando que a atitude foi horrorosa, mas como professor e treinador ele é muito bom. Hoje eu consigo montar o Biso porque eu faço aula com ele. Quando a credencial foi suspensa, eu não tinha o que fazer. Eu sei que o Leandro não é um abusador, não é um cara que maltrata. Ele teve um momento infeliz", opinou.