Magic Paula anuncia fim do Instituto Passe de Mágica após 16 anos
Um dos maiores e mais importantes projetos sociais do esporte chegou ao fim. Fundado pela ex-jogadora Magia Paula em 2004, o Instituto Passe de Mágica está encerrando suas atividades. Ou, como anunciou a craque, que é candidata e tende a ser eleita vice-presidente da Confederação Brasileira de Basquete (CBB), foi um ciclo que se completou
"Talvez, a minha missão nessa vida não tenha sido vir aqui para educar um, dois ou três, mas para criar muita gente bacana, do bem, de aprender o que é a vida através do esporte. São muitos filhos. Vamos deixar uma marca, um carimbo. Não tenho dúvidas disso. Acho que a pessoa Paula é melhor do que foi a jogadora, sobretudo pelo que aprendeu com esporte. Não foi fácil, nunca. Foram quatro anos antes do início do trabalho para encontrar pessoas que acreditassem no nosso sonho. Neste caminho, pessoas maravilhosas nos ajudaram a tornar este sonho em realidade, a construir e concretizar, apoiando o projeto", escreveu Paula em um texto emocionado no Facebook.
"No basquete, eu jamais imaginava que pudesse ser uma mulher que viveria do esporte, conquistar o que conquistei, viver o que vivi, virar referência no meu país, ajudar a mudar a historia do basquete feminino do Brasil. Com o projeto foi assim também: referência de profissionalismo, comprometimento, coragem, equidade social, ética, excelência, respeito e transparência. São nossos valores e esse é o legado que vamos deixar", continuou.
Fundado em 2004, o Passe de Magica soube aproveitar a criação da Lei de Incentivo ao Esporte para atrair doações incentivadas de empresas que queriam ter suas marcas associadas a um projeto social de sucesso, encabeçado por uma atleta referência dentro e fora das quadras. A ONG chegou a ter sete núcleos, no interior, especialmente em Piracicaba, em Diadema e em São Paulo.
Em 2010, a Petrobras decidiu que apoiaria cinco modalidades olímpicas, com cerca de R$ 20 milhões ao ano, mas o dinheiro não passaria pelas confederações, sendo gerido pelo Passe de Mágica, que faria a verba chegar diretamente aos atletas. O projeto foi encerrado durante o ciclo olímpico para a Rio-2016, com a Petrobras passando a repassar recursos diretamente às confederações.
Ao longo dos últimos anos, o Passe de Mágica, que chegou a executar R$ 15 milhões em 2012, foi perdendo receitas e não conseguiu fazer captações em 2017. No ano seguinte, a diretoria, encabeçada pela própria Paula, decidiu que 2020 seria o último ano da ONG, quando seriam encerrados os projetos em São Paulo e Piracicaba.
"É um ciclo que se completou, pois cresceu mais do que imaginávamos. O ideal seria ter recurso direto, próprio, e isso está cada vez mais difícil. A luz acendeu em 2017, quando quase tivemos que cortar metade do projeto por falta de recursos. Isso nos preocupou muito e não queríamos que tudo terminasse de repente, como uma lesão que interrompe uma carreira. De lá para cá, viemos nos preparando para esse momento. Foi planejado, assim como aconteceu comigo ao deixar as quadras no basquete. Fui eu que escolhi, que me preparei para esse momento. Não escondo que é uma decisão que me deixa triste, mas é necessário. Foram várias reuniões para tomar a decisão de encerrar este ciclo e o apoio foi unânime de todos envolvidos com o projeto. Foi difícil, mas está bem resolvido em meu coração. Foi mais uma etapa bem sucedida e prazerosa."
Encerramdo um ciclo, de coração apertado, mas de cabeça erguida. https://www.facebook.com/145750272171953/posts/3765228070224137/?d=n
Publicado por Magic Paula em Quarta-feira, 23 de dezembro de 2020
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