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Olhar Olímpico

Cúpula da CBV faz aceno a Arthur Lira antes de eleição

Radamés e Renan Dal Zotto - Reprodução
Radamés e Renan Dal Zotto Imagem: Reprodução

28/01/2021 14h56

A cúpula da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), formada pelo presidente Toroca, pelo vice-presidente e CEO Radamés Lattari, e pelo técnico da seleção masculina, Renan Dal Zotto, saiu em apoio à candidatura de Arthur Lira (PP-AL) à presidência da Câmara dos Deputados. Lira é o candidato do grupo próximo ao presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e ganhou uma camisa da seleção.

Uma imagem com Radamés e Renan segurando uma camisa da seleção brasileira com o nome de "Arthur Lira" e o número 11, utilizado pelo PP nas urnas, foi compartilhada no Instagram pelo ex-vereador Wilson Cesar Lira (PSD). "Torcida forte para Câmara ter voz: Os ídolos Renan Dal Zotto e Radamés Lattari. (Quero) agradecer ao amigo Gustavo Toroca e ao grande mestre Toroca pela torcida".

Toroca, no caso, é como é conhecido Walter Pitombo Laranjeiras, 83 anos, presidente reeleito da CBV. Ele é influente em Maceió, terra de Arthur Lira, tendo sido 11 vezes presidente do CRB, tradicional clube da cidade. Na gestão dele, a confederação fez duros ataques à jogadora de vôlei Carol Solberg por se posicionar politicamente contra o presidente Jair Bolsonaro após uma partida. Ela foi inocentada pelo STJD do vôlei.

Em nota, a CBV negou que apoie Lira. "A CBV é uma entidade que não tem preferências políticas ou partidárias e não se posicionou a respeito da disputa eleitoral na Câmara dos Deputados. A foto em questão não configura, em nenhum momento, apoio institucional da CBV ao deputado Arthur Lira. Não houve nenhum evento formal da entidade, e as manifestações de apreço foram feitas em ambientes estritamente pessoais, não representando a posição institucional da CBV. A camisa com o nome do congressista foi somente um presente a um deputado federal que sempre esteve ao lado de nossa modalidade."

A CBV tem a maior parte dos seus recursos vindos do governo federal. Em março vence o contrato de patrocínio com o Banco do Brasil, que é o motor propulsor da modalidade no país. Além disso, existe a interpretação (que a CBV refuta) que Toroca foi reeleito para um terceiro mandato consecutivo. A Secretaria Especial do Esporte tem afirmado que vai negar certificação a entidades nessa situação, o que impediria a CBV de acessar recursos públicos.