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Olhar Olímpico

Bruno Chateaubriand é derrotado e Luciene segue comandando a ginástica

Luciene Resende e Fátima Albuquerque - Divulgação
Luciene Resende e Fátima Albuquerque Imagem: Divulgação

31/01/2021 12h01

Mais uma confederação olímpica realizou sua eleição interna e mais um candidato de situação saiu vitorioso. No caso, vitoriosa. Luciene Resende foi reeleita ontem (30) para seu quarto mandato consecutivo à frente da Confederação Brasileira de Ginástica (CBG). Ela derrotou o empresário, jornalista e ex-ginasta Bruno Chateaubriand.

A eleição foi realizada em Aracaju, terra natal de Luciene, e para onde ela transferiu a sede da CBG. A chapa vencedora, formada por ela e pela vice Fátima Albuquerque, recebeu 194 "votos", contra 30 de Chateaubriand e Alessandra Balbi. Luciene é a única mulher presidente de confederação olímpica no Brasil — no hipismo, a ex-técnica de ginástica Bárbara Laffranchi se declara presidente, mas não é reconhecida.

O Colégio Eleitoral é formado por 24 federações estaduais, 13 atletas e oito clubes, em um total de 45 eleitores, que têm votos com pesos diferentes. Por isso, já considerando os pesos, a soma dá 224 votos. "A ginástica brasileira vive um momento de intenso crescimento. Conseguimos nesses últimos anos disseminar a ginástica em todo território nacional. Temos hoje Centros de Treinamento de Alto Rendimento e da base em todas regiões do país, e os resultados ratificam todo esse trabalho, e isso graças a muita dedicação, esforço e união", comentou Luciene.

"Perdi a eleição. Mas saio de consciência tranquila de que fizemos o melhor dentro das possibilidades de se lutar contra a máquina. Nem oportunidade de apresentação de propostas foi dada em nenhum canal. Não tivemos debate", lamentou Chateaubriand, que foi ginasta da seleção de trampolim, árbitro e comanda a Federação do Rio.

A Secretaria Especial do Esporte, órgão do governo federal, promete não renovar a certificação das confederações que reelegerem seus presidentes para terceiro mandato ou mais, como é o caso de Luciene. O entendimento da Advocacia Geral da União (AGU) é de que essas reeleições desrespeitam a Lei Pelé, o que impediria a CBG de receber recursos públicos. A área jurídica do Comitê Olímpico do Brasil (COB) produziu um parecer no sentido contrário. Esse parecer, porém, não tem efeito legal.

A CBG é altamente dependente de recursos públicos. A confederação sobrevive de verbas da Lei Agnelo/Piva e, até o ano passado, do patrocínio da Caixa Econômica Federal, que venceu no dia 31 de dezembro. Até agora não houve renovação, mas o cenário é de confiança.