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Confederação barra viagem e dificulta vaga olímpica de atleta que teve bebê
A Confederação Brasileira de Badminton (CBBd) resolveu não pagar a viagem de uma atleta que se classificou para o Campeonato Pan-Americano. O evento será disputado na Guatemala daqui um mês. Jaqueline Lopes Lima, que ainda sonha com vaga na Olimpíada nas duplas mistas, foi convocada para o torneio, mas só irá viajar se pagar todas as despesas do próprio bolso. O motivo do tratamento diferenciado é que ela foi mãe recentemente.
Pelo critério previamente anunciado pela confederação, os atletas que estivessem entre os 50 melhores do ranking mundial teriam todas as despesas pagas pela confederação . É o caso de Jaqueline Lopes Lima, de 19 anos, que na época da convocação estava em 50º lugar nas duplas femininas (com Samia Lima) e em 49º nas mistas (com Fabrício Farias), em ambos os casos como melhor dupla brasileira.
Mas a confederação decidiu não seguir a regra estabelecida no caso de Jaqueline por ela "ter permanecido em inatividade por longo período e estar retornando as atividades, de forma gradativa, à (sic) pouco tempo". "A CBBd toma esta posição visando a segurança da atleta neste momento. Caso a atleta opte em participar, a mesma deverá assumir todos os custos desta participação e também todas as responsabilidades referentes aos aspectos físico, saúde e segurança referente ao covid-19", diz a convocação.
Jaqueline, que é considerada a grande promessa do badminton brasileiro e foi medalhista de bronze nos Jogos Olímpicos de Juventude de 2018, se diz injustiçada. "Eu acho que vale o risco de viajar, até porque eles mesmos disseram que se eu quiser ir eu vou pagando. Acho que existe um certo preconceito em relação a mães atletas", afirma.
Natural do Piauí, onde o badminton tem um dos seus principais celeiros de atletas e um centro de treinamento na Universidade Federal, Jaqueline engravidou em março do ano passado e seguiu treinando até descobrir a gravidez, em junho. Lara Sophia nasceu em novembro e, quatro meses após o parto, Jaqueline foi liberada pela médica para voltar a treinar.
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"Ela me deu o atestado para a volta dos treinos e, desde o dia primeiro de março, eu treino em dois períodos. Minha filha vai comigo e eu estou pagando uma pessoa para cuidar dela enquanto eu treino", conta a atleta. Segundo a jogadora, outros atletas do Piauí, também convocados, voltaram aos treinamentos no mesmo período que ela.
Jaqueline, que pretendia deixar a filha no Brasil para disputar o Pan-Americano na Guatemala, reclama que a confederação a está impedindo de disputar pontos importantes no ranking olímpico e afirma que ainda sonha com a classificação. Porém, somente a melhor dupla das Américas, tanto no feminino quanto nas mistas, vai para Tóquio e mesmo em segundo lugar na lista, têm uma desvantagem significativa para os canadenses.
A jogadora diz que a comissão médica da CBBd responsável por considerá-la não apta a competir não a avaliou. Já a confederação, procurada pela coluna, não respondeu aos pedidos de entrevista. Também não respondeu questionamentos sobre a acusação de ter prejudicado a atleta por ela ter tido bebê recentemente. Enviou apenas uma nota parecida com o boletim de convocação. "A CBBd entende que para a própria segurança da mesma, haja visto o cenário da saúde mundial, a não participação da atleta neste momento é a opção mais adequada".
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