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Governo confirma que vai imunizar atletas olímpicos com vacinas doadas
O governo federal confirmou hoje (11) que autorizou a vacinação dos membros das delegações brasileiras que vão aos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos de Tóquio. A imunização vai ocorrer com imunizantes doados pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) a partir de parcerias com a Sinovac e com a Pfizer/BioNTech e inclui atletas olímpicos e paraolímpicos que ainda têm chance de serem convocados, jornalistas, membros de comissão técnica e oficiais técnicos. Em resumo: todos os brasileiros credenciados para irem ao Japão. Como contrapartida, ao menos 8 mil doses doadas pelo COI serão adicionadas ao estoque do SUS.
A vacinação foi confirmada em entrevista coletiva da qual participaram o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, o ministro da Cidadania, João Roma, o secretário especial do Esporte, Marcelo Magalhães, e o Diretor do Departamento de Desporto Militar do Ministério da Defesa, Major-Brigadeiro Isaias Carvalho. Magalhães e Roma não participaram em nenhum momento das negociações com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) para a vacinação, restritas à Saúde e à Defesa, mas foram chamados para participar do anúncio após queixas internas de Magalhães. O anúncio veio horas antes de uma audiência pública na Câmara, solicitada pelo deputado federal Felipe Carreras (PSB-PE), para tratar do assunto.
Queiroga informou que a vacinação começaria amanhã (12), em Fortaleza, São Paulo e Rio de Janeiro, mas na verdade o início será na sexta-feira (14), pelo que informou o COB. Também serão aplicadas vacinas em Belo Horizonte, Porto Alegre e Brasília, com o COB se responsabilizando por levar os atletas até essas cidades.
Serão até 30 vacinados em Fortaleza (no Centro de Eventos do Ceará), até 40 em Belo Horizonte (local a definir), até 729 no Rio (na Escola de Educação Física do Exército), até 900 em São Paulo (no Centro Paraolímpico), até 65 em Porto Alegre (na Policlínica Militar), e até 50 em Brasília (no Hospital Militar de Área). O COB ainda estuda o que fazer com os atletas que estão no exterior. É o caso, por exemplo, da grande maioria dos jogadores das seleções de handebol, que jogam por clubes da Europa e vivem lá.
Os números da vacinação, porém, são contraditórios. O Ministério da Saúde informou que serão vacinadas 1.814 pessoas credenciadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI), mas a lista, na verdade, é bem menor, com cerca de 1,2 mil nomes. Foram excluídas pessoas já vacinadas (cerca de 190), os que estão no exterior (200) e os que já não têm mais chance de classificação.
Na coletiva, Queiroga também informou que seriam disponibilizadas vacinas da Pfeizer e da Coronavac. Mas a vacinação será apenas com os imunizantes da Pfeizer, porque eles são aceitos pela União Europeia para a entrada na região. Isso está previsto na Nota Técnica assinada hoje pelo Ministério.
A primeira aplicação será esta semana e a, a segunda, daqui a três semanas, 21 dias, conforme recomendado pela farmacêutica. O governo ressaltou, porém, que essa orientação "considera apenas as necessidades específicas deste grupo e não altera o intervalo previsto, de 12 semanas, para a campanha nacional de vacinação". Por essa campanha, o intervalo entre as doses do imunizante da Pfeizer é de três meses.
"Temos uma esperança, que são as vacinas, que tem o potencial de conter o caráter pandêmico dessa doença. A prática de esportes é algo que tem um benefício global para a saúde e os Jogos Olímpicos é a festa mundial dos esportes que já vêm desde a época da idade antiga. Nós vamos vacinar os nossos atletas olímpicos e as comissões técnicas para garantir que esses atletas possam desempenhar muito bem suas capacidades nos Jogos de Tóquio e trazer bastantes medalhas. Vamos fazer essa iniciativa contando com o apoio de farmacêuticas que doarão doses para o nosso Programa Nacional de Imunizações, de forma que não vai desfalcar o PMI, que já caminha de maneira célere", afirmou Queiroga.
"Os atletas precisam estar imunizados e seguir os protocolos internacionais para fazer parte desse importante evento, que será observado em todo o mundo e servirá de estímulo para práticas saudáveis e para que a população esteja sintonizada com a saúde preventiva", justificou Roma.
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A lista inclui jogadores da seleção brasileira masculina de futebol, que disputará os Jogos Olímpicos de Tóquio com uma seleção sub-24, mas que pode ser reforçada por três atletas sem limite de idade. Pelo leque amplo de possibilidades, a lista bate com os possíveis nomes de convocados para a Copa América. Isso significa que, se a CBF quiser, na sexta ela poderá ter ao menos os jogadores da Copa América que jogam no Brasil vacinados com a primeira dose, sem precisar recorrer às vacinas oferecidas pela Conmebol, que não estão autorizadas a serem aplicadas no Brasil.
A diferença é que as vacinas doadas pelo COI para a delegação que vai a Tóquio incluem uma contrapartida para o SUS e foram tratadas diretamente com os ministérios da Defesa e da Saúde. Só serão aplicadas após alteração do PMI. Além disso, a representação nos Jogos Olímpicos é historicamente considerada uma prioridade do país, haja vista o financiamento público da preparação e da viagem em si e do pagamento de bolsa, por parte do governo, para os atletas com potencial de medalha, através da Bolsa Pódio.
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