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Jogadoras tapam marcas com esparadrapo e ganham queda de braço contra a CBV
As jogadoras da seleção brasileira feminina de vôlei venceram a queda de braço que vinham travando nos bastidores contra a Confederação Brasileira de Vôlei (CBV). Em postura que vinha sendo considerada intransigente pelas esportistas, a entidade havia exigido que vários atletas usassem calçados da marca Asics, que patrocina a confederação, sob risco de multa pesada. Hoje (26), após o segundo jogo da seleção feminina na Liga das Nações, a CBV recuou.
"Em novo alinhamento entre a CBV e a Asics, fica acordado que cada atleta terá direito de escolha para selecionar seu calçado nos momentos de treino e competição, desde que comprovado vínculo contratual com outra marca esportiva, agora sem data limite para apresentação do mesmo, ou mediante recomendação médica", disse a CBV, em nota.
A CBV já exigia, no contrato coletivo de cessão de imagem dos atletas da seleção à confederação, o uso de calçados da marca Asics, mas abria exceção para atletas patrocinados por outras marcas, especialmente Nike e Adidas, mas também da Olympikus — caso de Bruninho, por exemplo.
No dia 19 de maio, a confederação enviou e-mail aos jogadores das seleções masculina e feminina informando que passaria a exigir, para a exceção, que houvesse um contrato formalizado entre as marcas concorrentes e os atletas, não apenas acordos de permuta, informais e mais comuns.
Vários atletas correram para assinar contratos, mas a CBV posteriormente avisou que não aceitaria acordos assinados depois do envio daquele e-mail de um mês atrás. E passou a exigir que os atletas exibissem, para a confederação, seus contratos privados com as marcas, o que eles não toparam.
Os debates internos prosseguiram e, um dia antes do início da Liga das Nações, na segunda, a área jurídica da CBV enviou e-mail aos jogadores com uma ameaça, conforme revelou o Blog do Voloch. O e-mail dizia que, "em caso de nova violação do compromisso assumido com a CBV", os atletas seriam multados em 50% do que eles recebem de diária e de premiação por defenderem a seleção brasileira. Os jogadores, que já estavam incomodados, ficaram revoltados.
Ontem (25), na estreia na Liga das Nações contra o Canadá, a maior parte da seleção feminina entrou em quadra usando calçados da Nike e da Adidas, mas tapando com esparadrapo as marcas concorrentes da Asics. O fato se repetiu hoje, em vitória sobre a República Dominicana.
Encerrado o jogo a CBV se posicionou dando um passo atrás. "A CBV e a Asics estão sempre à disposição para fornecer os produtos da marca patrocinadora oficial aos atletas, no intuito de promover o bem-estar de todos. Reafirmamos que a confederação respeita integralmente o direito de seus atletas, a legislação vigente, bem como os contratos", completou a confederação.
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