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Olhar Olímpico

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Alison bate recorde sul-americano de novo e é prata na Diamond League

Alison Santos comemora a medalha de ouro nos 400 m com barreiras do Pan -  Pedro Ramos / rededoesporte.gov.br
Alison Santos comemora a medalha de ouro nos 400 m com barreiras do Pan Imagem: Pedro Ramos / rededoesporte.gov.br

28/05/2021 13h27

Principal nome do atletismo brasileiro na atualidade, Alison dos Santos voltou a melhorar a melhor marca da carreira. Em uma prova da qual participaram quase todos os principais candidatos ao pódio em Tóquio, o garoto de apenas 20 anos faturou a prata nos 400m com barreiras na segunda etapa da Diamond League na temporada, em Doha. Pela segunda apresentação consecutiva, bateu o recorde sul-americano.

Alison começou a ter resultados acima da média do atletismo brasileiro no início de 2019. E, desde então, se acostumou a melhorar seus resultados prova após prova, registrando a cada evento o chamado PB, o "personal best", mesmo nos grandes eventos. Por isso, o céu parece o limite para ele em Tóquio, daqui a dois meses.

Bronze no Mundial Júnior de 2018, com 49s78, ele abriu 2019 com 49s48 em um meeting nos EUA, 48s84 no GP Brasil, 48s57 na final da Universíade, 48s49 no final do Pan Sub-20, 48s45 na final dos Jogos Pan-Americanos, 48s35 nas eliminatórias do Mundial e 48s28 na final do Mundial. De todas essas provas, só não venceu o Mundial, também em Doha, terminando em sétimo.

Depois de uma temporada incomum em 2020, em que não participou do Troféu Brasil por ter testado positivo para Covid, abriu 2021 de novo melhorando suas marcas. Fez 48s15 em uma competição em Iowa, e, há três semanas, bateu o recorde sul-americano com 47s68 na Califórnia, ambas nos Estados Unidos.

Hoje, liderou boa parte da prova da Diamond League em Doha, mas terminou em segundo, com 47s57, atrás somente do norte-americano Rai Benjamin, que fez 47s38 e registrou o novo recorde da pista, que recebeu o último Mundial e é palco da Diamond League todo ano. Com isso, Alison já melhorou 71 centésimos o melhor da carreira em apenas três provas em 2021. Em uma temporada e meia, fez 10 vezes o "PB".

O problema para o brasileiro é que o nível da prova de 400m com barreiras melhorou muito nesse ciclo olímpico. Na Rio-2016 o ouro ficou com Kerron Clement, com 47s77, marca pior do que Alison fez hoje. E aquela final no Rio já foi de bom nível técnico, com quatro recordes nacionais.

Em Tóquio, o grande favorito da prova será o norueguês Karsten Warholm, que não correu em Doha hoje, sendo o único ausente entre os quatro primeiros do Mundial passado. Warholm tem a segunda e a terceira melhores marcas de todos os tempos e está em busca do recorde mundial. Benjamin, que venceu em Doha hoje, tem o quarto e o sexto tempos da história.