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Olhar Olímpico

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Atletas poderão protestar no pódio e em entrevistas na Olimpíada

Race Imboden, medalhista de ouro no Pan de Lima, em 2019, ajoelhou em protesto sobre controle de armas e contra o racismo nos EUA - Leonardo Fernandez/Getty Images
Race Imboden, medalhista de ouro no Pan de Lima, em 2019, ajoelhou em protesto sobre controle de armas e contra o racismo nos EUA Imagem: Leonardo Fernandez/Getty Images

02/07/2021 14h16

O Comitê Olímpico Internacional (COI) cedeu à pressão a flexibilizou a famosa regra 50.2, que na prática sujeitava a punição atletas que, por exemplo, protestassem em uma cerimônia de pódio. Após intenso debate com a comissão de atletas, o órgão anunciou hoje (2) que os Jogos de Tóquio terão limites mais brandos em relação a posicionamentos políticos.

Ainda assim, existem limites. Os protestos não podem ser direcionados, direta ou indiretamente, contra pessoas, países, organizações e/ou sua dignidade; no campo de jogo, não podem perturbar a competição, ou seja, apresentar risco físico a outros atletas ou interferir na concentração dos rivais; e não podem ser proibidos por outros órgãos, como os comitês olímpicos nacionais ou federações internacionais.

"Ao expressar suas opiniões, os atletas devem respeitar as leis aplicáveis, os valores olímpicos e os demais atletas. Deve-se reconhecer que qualquer comportamento e/ou expressão que constitua ou indique discriminação, ódio, hostilidade ou potencial para violência em qualquer base é contrário aos Princípios Fundamentais do Olimpismo", detalha a regra.

As manifestações podem acontecer em qualquer situação de entrevista à imprensa, dentro ou fora da instalação esportiva, e também nas redes sociais. O COI promete "total transparência" na avaliação dos casos e na aplicação de eventuais punições a atletas que descumprirem as regras.

"As novas diretrizes são resultado de nossa ampla consulta à comunidade global de atletas. Embora as diretrizes ofereçam novas oportunidades para os atletas se expressarem antes da competição, elas preservam as competições no campo de jogo, as cerimônias, as cerimônias de vitória e a Vila Olímpica. Este foi o desejo da grande maioria dos atletas em nossa consulta global", disse a presidente da comissão de atletas, a ex-nadadora Kirsty Coventry.