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Sentença judicial anula eleição da Confederação de Hipismo
A longa novela sobre o comando da Confederação Brasileira de Hipismo (CBH) teve importante capítulo ontem (28), quando a Justiça do Rio de Janeiro publicou sentença anulando a assembleia que elegeu Kiko Mari como presidente da entidade, em janeiro. Em meio à crise e sem governabilidade, ele renunciou após a Olimpíada, deixando no cargo o pernambucano João Loyo, que agora pretende continuar brigando na Justiça para seguir na cadeira de presidente.
Dois grupos políticos vêm travando uma guerra jurídica pelo comando da CBH desde o ano passado, quando as duas chapas conseguiram impugnar a inscrição uma da outra e a primeira eleição ficou sem candidatos. Uma nova data foi marcada, 29 de janeiro, quando duas votações foram realizadas.
Com influência sobre a comissão eleitoral, o grupo de situação, que comandava a CBH com Ronaldo Bittencourt, conseguiu que eleitores de oposição fossem declarados inaptos a votar. Em protesto, a chapa adversária, que ganharia a eleição se todos os votos valessem, saiu da sala onde ocorria a assembleia e realizou outra, no corredor do mesmo hotel, elegendo Bárbara Laffranchi.
Bittencourt deu posse a Kiko Mari, seu aliado, mas desde então o resultado da eleição é contestado judicialmente, com liminares para os dois lados. A Federação Internacional de Hipismo (FEI) já chegou a exigir uma nova votação, sob risco de desfiliação do Brasil, mas não conseguiu pacificar o hipismo brasileiro.
Ontem (28), o juiz da 34ª Vara Cível do Rio, João Marcos de Castello Branco Fantinato, julgou o pedido da oposição anulando a assembleia de 29 de janeiro e todos os atos dos dirigentes eleitos. Também julgou procedente pedido da Federação Paulista, que exigiu seu direito de ter participado daquela eleição de janeiro. Nessa segunda sentença, também anulou o pleito que elegeu Mari.
Como o empresário paulista não conseguiu governar o hipismo, diante da oposição da maior parte da comunidade de cavaleiros, amazonas e proprietários, ele renunciou ao cargo em agosto, o que só ampliou a crise. Até a decisão de ontem, a confederação vinha sendo comandada por João Loyo, que a oposição diz não ter ligação com a modalidade.
Em nota, Loyo disse que "o departamento jurídico da CBH adotará, oportunamente e após a sua ciência oficial, as medidas e recursos legais cabíveis para impugnar a referida decisão". "A atual administração da CBH entende, ainda, que a sentença ignora as provas e argumentos dos autos e é contraditória até mesmo com os pronunciamentos anteriores do juízo que a proferiu", continua ele.
O dirigente confia que a anulação da eleição será derrubada pelo Desembargador César Felipe Cury, da 11ª Câmara Cível, que chegou a derrubar liminares favoráveis ao grupo de oposição.
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