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Bolsonaro recebe atletas no Planalto em cerimônia esvaziada de olímpicos
Dois meses depois do encerramento dos Jogos Olímpicos e um mês depois do fim das Paralimpíadas, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) recebeu hoje (6), no Palácio do Planalto, atletas que participaram das duas competições. O político, que não fez comentários sobre a participação do Brasil durante os dois eventos disputados em Tóquio, agradeceu o desempenho dos atletas no Japão. Nenhum atleta olímpico subiu ao palco ou discursou na cerimônia transmitida pela TV Brasil.
"Cada vez que lá do outro lado do mundo entre aquelas três bandeiras subia uma verde e amarela era uma vibração enorme aqui. Muito obrigado por esses momentos de alegria que vocês proporcionaram para todos os brasileiros", afirmou ao fim de um breve discurso, em que destacou sua própria trajetória no esporte militar.
Participaram do evento cerca de 60 atletas, entre olímpicos e paralímpicos, mas apenas 12 deles, todos cadeirantes, foram convidados para se posicionarem no palco junto com o presidente, a primeira-dama Michelle Bolsonaro, o secretário especial do Esporte, Marcelo Magalhães, o presidente do CPB, Mizael Conrado, e o vice-presidente do COB, Marco La Porta. Paulo Wanderley, presidente do COB, não foi.
Em seu pronunciamento, La Porta festejou a "medalha invisível" do COB na Olimpíada: "O Brasil não levou vírus para o Japão. O Brasil não teve nenhum integrante de sua delegação com teste positivo durante nossa estadia no Japão". A fala anterior, do presidente da Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães, foi exibida com uma gravação feita por Guimarães em casa, já que ele que se contaminou pelo coronavírus na comitiva presidencial que foi a Nova York para a Assembleia da ONU e está de quarentena.
Entre os atletas, nenhum olímpico discursou, apesar da presença de nomes importantes como Mayra Aguiar e Thiago Braz, ambos medalhistas em Tóquio, e até de ex-atletas como Maurren Maggi, que já foi candidata ao Senado pelo PSB e tem se aproximado do bolsonarismo. Pelos paralímpicos, Carol Santiago, maior vencedora da delegação do Brasil nos Jogos Paralímpicos, fez pronunciamento exaltando o programa Bolsa Atleta.
O encontro deveria ter acontecido em 9 de setembro, dois dias depois dos protestos organizados por bolsonaristas defendendo pautas antidemocráticas, e acabou suspenso pelo Planalto em meio a uma crise entre os poderes. Na época, o Comitê Olímpico do Brasil (COB) havia avisado que a tendência era que o evento fosse esvaziado. Além disso, como a Paralimpíada havia terminado na mesma semana, os paralímpicos não faziam parte do evento.
O encontro, então, foi remarcado para 22 de setembro, mas acabou desmarcado na véspera, depois que a comitiva que foi a Nova York para a Assembleia Geral da ONU foi colocada em quarentena. Bolsonaro, que teve contato com pessoas infectadas pelo coronavírus, cancelou as agendas fora do Alvorada, o que incluiu a reunião com atletas.
Bolsonaro não se encontrou com atletas antes da viagem a Tóquio, encerrando uma tradição de anos de o mandatário, pessoalmente, desejar boa sorte à delegação que representaria o Brasil.
Durante os Jogos, ele também não parabenizou nenhum atleta pelos resultados conquistados na Olimpíada, exceto um vídeo de apoio a Maurício Souza, do vôlei, que é bolsonarista. O presidente inclusive o recebeu depois para um café da manhã.
Antes de Bolsonaro, outros políticos importantes do xadrez da eleição presidencial já haviam homenageado atletas olímpicos e paralímpicos. Casos dos governadores de São Paulo, João Doria, e do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, que disputam entre si para serem indicados como candidatos do PSDB à presidência.
Bolsonaro até esteve com atletas olímpicos no fim de agosto, mas em evento militar, no Rio, quando foram entregues medalhas de Mérito Militar a diversos atletas, especialmente olímpicos, que fazem parte do programa de alto rendimento das Forças Armadas. O presidente colocou a medalha militar no peito dos medalhistas olímpicos presentes, como Hebert Conceição e Ana Marcela Cunha.
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