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Zé Roberto e Renan Dal Zotto seguem como técnicos do Brasil até Paris-2024
A Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) renovou o contrato dos dois técnicos que comandam as seleções principais de vôlei de quadra do país. Tanto José Roberto Guimarães, na equipe feminina, quanto Renan Dal Zotto, na masculina, agora têm acordo para permanecerem no cargo até os Jogos Olímpicos de Paris, que serão realizados em 2024. As duas equipes já estão classificadas para os respectivos Campeonatos Mundiais, no ano que vem.
"A intenção é estar com eles até 2024, esse é o acordo com eles. O trabalho de seleção, de base, tem que ser olhado e planejado a longo prazo. Os Jogos de 2024 são um ponto de avaliação importante. A CBV tem que ter visão de longo prazo e o trabalho deles tem também um cuidado, um olhar para a base", explica Adriana Behar, CEO da confederação.
Único treinador brasileiro tricampeão olímpico, Zé Roberto vai completar 21 anos no comando da seleção feminina, depois de duas Olimpíadas (1992 e 1996) como técnico do time masculino. Ele comanda as mulheres do Brasil desde 2003, quando implementou uma forte renovação do elenco. Colheu os frutos em 2008, com o ouro olímpico, e repetiu a dose em 2012. Depois de passar em branco na Rio-2016, adicionou mais uma prata ao currículo em Tóquio.
Durante o ciclo até a Olimpíada disputada no Japão, chegou-se a especular que Zé Roberto deixaria o cargo depois dos Jogos, aposentado do cargo de técnico da seleção. Mas essa nunca foi a vontade dele e o risco de descontinuidade do trabalho estava mais relacionado à sombra de Bernardinho, que voltaria a ficar à disposição depois de quatro anos trabalhando apenas em clube.
Com Bernardinho fechado com a seleção masculina da França até Paris, Zé Roberto ficou sem concorrente. Além disso, seu trabalho é incontestável. Sob o comando dele, o Brasil chegou à Olimpíada como, no máximo, quarta força, e voltou do Japão com a medalha de prata, única do vôlei brasileiro (quadra e praia) em Tóquio.
"Do lado da CBV por todo histórico, toda experiência, eu sempre considerei que a gente contaria com ele para o próximo ciclo. Ninguém tem como garantir resultado, mas ele tem perspectivas para o novo ciclo. O resultado que ele teve agora em Tóquio é mais um incentivo para seguir mais esses próximos anos", avalia Behar.
No masculino a renovação de Renan Dal Zotto é mais polêmica. No cargo desde o começo de 2017, ele até levou o Brasil a um inesperado título da Liga das Nações deste ano, enquanto o time era treinado presencialmente por um auxiliar, mas a seleção fracassou no seu maior desafio, a Olimpíada. O time não convenceu em nenhum momento da competição e caiu na semifinal, com derrota para a Rússia. Depois, perdeu o bronze para a Argentina.
Na campanha, Renan seguiu apostando em jogadores que não estavam rendendo em quadra e caiu abraçado a eles. Entre os torcedores, havia expectativa que a CBV fosse atrás de um treinador estrangeiro, de nomes como o argentino Marcelo Mendez, algoz do Brasil em Tóquio e que tem história no vôlei brasileiro treinando o Sada/Cruzeiro.
"A gente vem de um processo onde o Brasil vem tendo resultados importantes e positivo também no masculino. O Renan não estava oficialmente na VNL, mas todo o trabalho tem a liderança dele. A gente não pode ignorar o próprio título da VNL, que foi um mês antes dos Jogos. A gente teve situações [derrotas na Olimpíada] às vezes por causa de um ponto, um jogo, e não acho que isso faça validar ou não um trabalho de um técnico", justifica Behar.
Depois de o Brasil passar em branco, sem pódio, em todos os Mundiais de base disputados nas últimas semanas, a CBV confia que Renan e Zé Roberto vão liderar um processo de renovação das respectivas seleções adultas pensando não apenas em Paris-2024, mas já com foco em Los Angeles-2028.
"O adulto é prioritário, mas o olhar para base é muito importante e tem que ser visto com a mesma importância dentro desse projeto de trabalho. A expectativa é que o Zé e o Renan nos deem os caminhos, orientações, para a gente implementar o que vem dos maiores conhecedores do esporte do Brasil. Esse modelo, essa proposta para a base, tem que ter a participação deles", reforça a CEO da confederação.
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