Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.
Rebeca cai na entrada e termina final da trave sem medalha
Rebeca Andrade se despediu do Mundial de Ginástica Artística de Kitakyushu, no Japão, com duas medalhas, uma de ouro e outra de prata, conquistadas ontem, sábado (23). Neste domingo (24), a brasileira caiu assim que subiu na trave e, apesar de uma apresentação limpa ao voltar, terminou fora do pódio na final do aparelho, que é o mais fraco — ou menos forte — do seu repertório. Ela, de qualquer forma, não estava entre as favoritas.
A brasileira teve apenas a nona melhor nota das eliminatórias, mas se classificou à final com a oitava vaga porque à frente dela ficaram três norte-americanas e somente duas atletas de cada país, no máximo, podem disputar uma mesma final. Ela precisaria cravar a série para brigar por uma medalha, o que não aconteceu devido à queda. Ficou com 12,500, em sexto. Se tirasse 0,033 a mais do que seu melhor da Olimpíada, ganharia bronze.
"Na ginástica tudo pode acontecer, tanto o acerto excepcional, quando o erro que você não quer. Terminei em sexto e estou muito feliz. É um aparelho que eu não me sinto tão segura, então estou bem feliz por tudo que eu fiz aqui. Não fiz a série completa, com todas as ligações, mas mantive a concentração, o controle do meu corpo. Foi interessante", avaliou Rebeca, em entrevista ao SporTV.
O pódio da prova teve ouro para a japonesa Urara Ashikawa (14,100), única das nove finalistas que também estava na final do aparelho da Olimpíada, quando ficou em sexto. A alemã Pauline Schaefer-Betz (13,800), que já foi campeã mundial, terminou com a prata enquanto o bronze também ficou no Japão, com Mai Muramaki (13,733).
Logo depois, a final das barras paralelas, masculinas, teve a participação do brasileiro Caio Souza. O ginasta do Minas Tênis Clube, que não estava entre os favoritos, teve um pequeno desequilíbrio na saída do exercício, recebeu 14,566, e terminou na sétima colocação. A zona da medalha ficou meio ponto acima. O ouro foi para Huwei Hu, da China, a prata para o filipino Carlos Edriel Yulo, que também ganhou o salto, e Cong Shi, outro chinês, ficou com o bronze.
Desde 1996 um Mundial não era disputado em ano olímpico, o que acabou sendo necessário devido ao adiamento da Olimpíada e da insistência da Federação Internacional de Ginástica ( FIG) em organizar o Mundial no Japão em meio à campanha do japonês Morinari Watanabe pela reeleição como presidente.
Pela proximidade de datas com a Olimpíada, a competição está esvaziada dos principais nomes da modalidade, com poucas exceções, entre elas Rebeca Andrade, convocada inicialmente para competir nos quatro aparelhos e tentar cinco medalhas — em cada um deles e no individual geral, onde seria a grande favorita.
Mas, já no Japão, a comissão técnica optou por poupar a brasileira da prova de solo, em que seria favorita ao pódio e candidata ao ouro. A brasileira, de 22 anos, tem três cirurgias de joelho. Como ela vinha relatando dores, a comissão preferiu não arriscar. Fora do solo, ela também não ficou elegível para o individual geral, que soma o resultado dos quatro aparelhos, e na qual foi prata em Tóquio.
Apesar do título do individual geral para Angelina Melnikova, é Rebeca quem sai do Japão com o status de ginasta mais completa da competição. Ontem, ela venceu com folga no salto, onde não teve adversárias competindo em nível sequer próximo, e foi prata nas assimétricas apesar de não ter conseguido fazer uma ligação, o que tirou dela 0,4 pontos.
O Brasil nunca foi ao pódio na trave em um Mundial de ginástica. O país tem mais tradição no solo, onde teve Daiane dos Santos e Daniele Hypolito com um ouro e uma prata, respectivamente, no começo do século. No salto, Jade ganhou um bronze em 2010, enquanto que nas assimétricas a prata de Rebeca, conquistada ontem, foi inédita.
Nos últimos anos, a grande ginasta do país na trave tem sido Flávia Saraiva, finalista das últimas duas edições da Olimpíada e do Mundial de 2019. Mas Flavinha, que é colega de Rebeca na Flamengo, competiu os Jogos de Tóquio lesionada, a lesão no tornozelo se agravou nas Olimpíadas, e agora ela está tratando do problema. Por isso, não foi convocada.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.