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Olhar Olímpico

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Natação adia Mundial e terá 'ano morto' em 2022

Bruno Fratus nos Jogos Olímpicos de Tóquio - Satiro Sodré/SSPRESS/CBDA
Bruno Fratus nos Jogos Olímpicos de Tóquio Imagem: Satiro Sodré/SSPRESS/CBDA

01/02/2022 11h26

Os esportes aquáticos, especialmente a natação, terão um ano morto em 2022. A Federação Internacional de Natação (Fina) confirmou hoje (1) que o Mundial que seria disputado em Fuzuoka (Japão) em maio foi adiado para 2023. A informação já circulava há 10 dias, desde que foi antecipada pelo site brasileiro Swimchannel.

Em nota publicada hoje em seu site, a Fina disse que, após consultar as principais partes interessadas do Comitê Organizador de Fukuoka-2022, todas elas concordaram em reagendar o Mundial para um período entre 14 e 30 de julho de 2023. Já o Mundial que seria realizado no final de 2023, no Qatar, foi reagendado para janeiro de 2024.

"A Fina está em constante diálogo com atletas e treinadores sobre o próximo calendário internacional de competições aquáticas, com o objetivo de minimizar o impacto na preparação e desempenho dos atletas, reconhecendo os atuais impactos na saúde da variante Omicron", disse a entidade.

Historicamente a natação tem Mundiais de piscina longa nos anos ímpares. Como a Olimpíada é disputada a cada quatro anos, sempre em anos pares, uma temporada fica sem Mundial ou Olimpíada. Neste ano (que, em situação normal, seria 2022), são disputados o Campeonato Europeu e o Pan-Pacífico, que costuma reunir as potências não-europeias da natação: Austrália, EUA, Canadá, Japão, e convidados como Brasil, China e Coreia do Sul.

Por causa da pandemia, ainda em 2020, a Fina anunciou o adiamento do Mundial de Fuzuoka de 2021 para 2022, o que fez com que os organizadores do Pan-Pacífico de 2022, que seria no Canadá, cancelassem o evento, empurrando-o para 2025. Agora, sem Mundial ou Pan-Pacífico, a temporada não tem confirmado nenhum evento relevante internacionalmente em piscina longa — em dezembro será realizado um Mundial de Curta em Kazan, na Rússia.

Como o Mundial de Fukuoka seria em maio, daqui a apenas quatro meses, nadadores de todo o mundo já estavam em preparação para suas seletivas nacionais. No Brasil, o Maria Lenk foi marcado para acontecer na primeira semana de abril exatamente por isso. Agora, a competição não será seletiva para nada.

A Fina promete tentar minimizar esse problema e disse que "anunciará em breve um calendário internacional atualizado de esportes aquáticos de 2022 que oferecerá aos atletas oportunidades adicionais para competir no mais alto nível". A natação tem um circuito de Copa do Mundo, no segundo semestre, que não tem atraído grande atenção.