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Futuro do futebol nas Olimpíadas fica incerto com proposta de Copa bianual
O Comitê Olímpico Internacional (COI) admitiu ontem (2) que o futuro do futebol no programa dos Jogos Olímpicos está incerto diante da possibilidade de a Fifa passar a realizar a Copa do Mundo masculina a cada dois anos. Isso faria com que, uma edição outra sim do Mundial caísse em ano de Olimpíada.
A 139ª assembleia geral do COI, realizada ontem em Pequim na antevéspera da abertura da Olimpíada de Inverno, aprovou um programa inicial com 28 esportes nos Jogos de Los Angeles, em 2028. O futebol está nesta lista, mas pode sair. "No que diz respeito ao futebol, o COI continuará a acompanhar a evolução do calendário internacional de jogos", deixou claro o COI, em comunicado à imprensa. A modalidade é a única, entre essas 28, que tem essa condicionante.
O COI esperava que Gianni Infantino, presidente da Fifa, participasse da assembleia remotamente, mas ele não apareceu. "Todos nós gostaríamos muito de discutir a proposta da Fifa para uma Copa do Mundo bienal junto com o presidente da FIFA e membro do COI", disse durante a reunião o presidente do COI, Thomas Bach.
O dirigente do comitê olímpico subiu o tom contra Infantino na reunião, deixando claro o incômodo com a falta de diálogo com a Fifa sobre a proposta de Copa bianual. "[Falar com Infantino] não é possível porque, contra as expectativas, ele cancelou sua visita a Pequim anteontem", afirmou.
Programa olímpico
Se o futebol está incerto, outras três modalidades, porém, podem ser voltar ao programa olímpico de 2028, mas hoje estão fora. São elas o boxe, o levantamento de peso e o pentatlo moderno. As duas primeiras passaram por problemas profundos de governança ao longo dos últimos anos. Além disso, não há confiança sobre os resultados esportivos nos dois casos.
No boxe, foi demonstrado um esquema de manipulação de resultados na Rio-2016, com participação de árbitros e dirigentes da Federação Internacional de Boxe Amador (Aiba). Tanto que a entidade nem organizou o torneio de boxe de Tóquio. Já o levantamento de peso sofre com seguidos escândalos de doping.
No caso do pentatlo moderno, o problema é a falta de modernidade da modalidade, que tem uma competição pouco atraente para a televisão e para o público jovem, o oposto do que busca o COI. A federação internacional recentemente sugeriu trocar o hipismo por outro esporte, possivelmente o ciclismo, mas encontrou forte resistência nos atletas.
De qualquer forma, os três esportes, tradicionais no programa olímpico, até podem voltar a Los Angeles-2028, caso apresentem reformas que sejam aceitas na próxima assembleia geral do COI, em 2023. Nessa mesma reunião serão avaliadas eventuais propostas de inclusão de novos esportes, que devem ser feitas pelo comitê organizador LA28 (Los Angeles-2028). Uma das possibilidades é a dança, que será testada em Paris 2024 com uma competição de breaking.
Esses eventuais novos esportes entrarão no programa de forma provisória, como aconteceu com surfe, skate, escalada velocidade, beisebol e caratê em Tóquio. Os dois últimos saem do programa já em Paris, enquanto os três primeiros, mais radicais, foram aprovados a ponto de entrarem no programa permanente. Por isso, as federações internacionais de surfe, skate e escalada passarão a entrar na divisão de receitas das Olimpíadas.
Por enquanto estão escolhidos apenas os esportes que farão parte do programa de Los Angeles, não as provas. Isso significa, por exemplo, que é certo que a Olimpíada terá basquete, não que terá basquete de quadra e/ou 3x3. Isso dá brecha para, se for vontade do comitê organizador, da Fifa e do COI, o futebol de campo eventualmente ser substituído pelo futsal. Por enquanto essa é uma discussão que passa por fãs do futsal, mas nunca foi de interesse da Fifa.
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