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Biles mostra apoio a estrela americana do esqui que falhou pela 2ª vez
Pela segunda Olimpíada seguida, os Estados Unidos assistem a uma das maiores atletas da história precisar lidar com problemas psicológicos durante a competição, afetando seu desempenho esportivo. Em Tóquio, no ano passado, foi Simone Biles, que se retirou das finais da ginástica artística. Agora, em Pequim, é Mikaela Shiffirin, do esqui alpino, que foi eliminada nas duas primeiras provas das quais participou, as duas em que tinha mais chances de pódio.
Tão logo Shiffirin foi eliminada do slalom, hoje (9), Biles compartilhou no Twitter uma mensagem com três corações e marcou a esquiadora. Depois, retuitou uma mensagem que dizia: Shiffirin. "Humilhar as pessoas só porque elas não tiveram um bom desempenho nas Olimpíadas me parece o oposto do motivo pelo qual supostamente temos as Olimpíadas em primeiro lugar", compartilhou.
Assim como na ginástica artística, o esqui alpino também é composto por diversas provas. Em Pequim, são cinco femininas, cinco masculinas, e uma por equipes mistas. Cada atleta pode ganhar até seis medalhas. Em Copas do Mundo, Shiffrin, aos 26 anos, única pessoa a vencer etapas em todas as seis provas, caminha para ser a maior esquiadora de todos os tempos, com 73 vitórias, apenas nove e menos do que a estrela maior Lindsey Vonn, que venceu 82 em uma longínqua carreira encerrada em 2019, quando ela tinha 35 anos.
No Slalom, Shiffrin já é a maior, com 47 títulos de Copa do Mundo e quatro de campeonatos Mundiais. Em Pequim, esperava-se que ela fosse repetir o ouro conquistado em Sochi-2014, mas a americana, que já havia sofrido uma queda na segunda, no slalom gigante, sendo eliminada, desta vez perdeu um portão logo no início da primeira descida do slalom.
Após o erro, ela sentou-se na neve, com a cabeça entre os joelhos, e ficou ali por alguns segundos, em imagem que rodou o mundo. "Se vou esquiar para fora no quinto portão, para que isso? Eu vou tentar resetar novamente. Talvez tente recomeçar melhor desta vez, mas não sei como fazer melhor, porque simplesmente não sei", disse uma atônita Mikaela Shiffirin após a prova.
"Nunca estive nesta posição antes e não sei como lidar com isso", reconheceu, dizendo que o que está passando em Pequim está a fazendo duvidar de tudo que aconteceu em sua trajetória esportiva nos últimos 15 anos.
A esquiadora passou por um drama familiar há dois anos, quando seu pai sofreu um acidente doméstico, bateu a cabeça e faleceu. Jeff Shiffrin era uma espécie de fotógrafo oficial da esquiadora, e a acompanhava nas competições. Ela, que estava em uma sessão de fotos quando soube do incidente, ficou devastada.
Desde a volta às competições, seu desempenho não tem sido o mesmo. "É definitivamente diferente sem ele aqui", disse ela à NBC Sports, antes da falha na prova de hoje. "É o lugar onde me sinto mais conectado a ele. É meio difícil sentir isso em qualquer outro lugar."
Hoje, à BBC, ela admitiu que a pressão tem lhe feito mal. "Talvez eu tenha ultrapassado um pouco o limite. Talvez seja por causa da pressão. Provavelmente é melhor perguntar a algum psicólogo sobre isso", respondeu.
Com Shiffrin eliminada, o slalom foi vencido por Petra Vlhova, da Eslováquia. Áustria e Suíça completaram o pódio. Todas voltam a competir na sexta, 1h de Brasília, no super-G. Apesar do insucesso de Shiffrin, os EUA ganharam hoje seu primeiro ouro, com Lindsey Jacobellis, no Swnoboard Cross feminino. O país é só 10º no quadro de medalhas, liderado pela Alemanha (5 ouros e oito no total). Noruega e Suécia têm quatro de ouro.
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