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Valieva é ovacionada, chora e tira melhor nota após caso de doping
Kamila Valieva foi ovacionada de pé durante sua apresentação no programa curto da patinação artística feminina, nesta segunda-feira (15) à noite em Pequim, na manhã brasileira. A russa, de apenas 15 anos, participa da prova sabendo que não vai sair desta edição dos Jogos Olímpicos de Inverno com uma medalha no peito, mesmo sendo a melhor do mundo — disparado — porque ainda precisa se explicar de um caso de doping.
Na apresentação de hoje, Valieva errou o primeiro salto, saindo desequilibrada de um triplo Axel. Depois, foi perfeita, fazendo a partir dali uma das melhores exibições da história, aplaudida a cada elemento bem-sucedido. Ao fim da apresentação, foi ovacionada pelo público presente no ginásio, composto principalmente por membros de delegações dos Jogos e jornalistas. Não houve venda de ingresso para essa Olimpíada, por causa da covid.
Muito aplaudida, Valieva começou a chorar ainda no gelo. Recebeu nota 82,16, quase 10 a mais do que a japonesa que então liderava. A russa agora está classificada para a segunda metade da competição, o programa livre, na quinta, começando às 7h de Brasília. Ela avançou em primeiro, com Anna Scherbakova, da Rússia, em segundo com 80,20, e a japonesa Kaori Sakamoto, com 79,84 em terceiro. Essas duas tiveram suas melhores notas da temporada. Valieva ficou 10 pontos abaixo do que sabe fazer.
Apenas as 24 primeiras do programa curto deveriam avançar para a segunda metade da prova, mas o COI atendeu um pedido da Wada e classificou também a 25ª colocada, Jani Saarinen, da Finlândia, como forma de compensar um eventual prejuízo para a finlandesa, que seria 24ª se Valieva não estivesse competindo.
A russa, que venceu todas as provas de que participou nesta que é sua primeira temporada internacional no adulto, caiu no doping em exame realizado no Campeonato Russo, em 25 de dezembro, mas o teste só foi concluído na terça-feira passada, um dia depois do show dela na prova por equipes em Pequim.
O Comitê Olímpico Internacional (COI), a Federação Internacional de Patinação (ISU) e a Agência Mundial Antidoping (Wada) são radicalmente contra a participação dela em Pequim depois desse resultado analítico adverso (positivo para substância proibida), mas o tribunal antidoping da Rússia permitiu e a Corte Arbitral do Esporte (CAS) concordou em decisão polêmica anunciada ontem. O caso está sob a jurisdição da Rússia porque o teste foi feito pela agência russa, a Rusada.
Ao liberar Valieva, o CAS argumentou que ela é menor de idade, uma pessoa protegida pelo código antidopíng, e assim a maior responsabilidade sobre testes positivos é do seu staff. Assim, permitiu que ela compita enquanto a Rússia não julga a patinadora. Se ela vier a ser suspensa, seu resultado será retirado. O COI, então, avisou que se Valieva for ao pódio (e irá), não haverá entrega de medalhas. Já foi assim na prova por equipes, que teve a cerimônia cancelada depois que o COI soube do caso de doping.
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