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Atleta da Noruega perde chance de ser 1º brasileiro medalhista no Inverno

Lucas Pinheiro compete pela Noruega, mas tem relação de amor com o Brasil - Lemos Midia/Divulgação
Lucas Pinheiro compete pela Noruega, mas tem relação de amor com o Brasil Imagem: Lemos Midia/Divulgação

16/02/2022 11h56

"Um pódio em Pequim seria um resultado norueguês e brasileiro", disse Lucas Braathen Pinheiro, ao site dos Jogos Olímpicos, antes do início das Olimpíadas de Inverno. Seria, mas não foi. Forte candidato à medalha de ouro na prova do slalom no esqui alpino, Lucas, que compete pela Noruega, perdeu uma porta na primeira descida e foi eliminado. Pelo Brasil, Michel Macedo foi 37º na primeira descida, mas acabou desclassificado na segunda.

Lucas é filho de uma história de amor. A mãe dele, brasileira, e o pai, norueguês, se sentaram em poltronas vizinhas em um voo de São Paulo para Miami (EUA) no fim da década de 1990. Uma relação que começou no avião teve gerou o esquiador que, aos 21 anos, lidera o circuito da Copa do Mundo do slalom — nesta prova, os atletas precisam descer uma pista na montanha desviando à esquerda ou à direita das portas (bandeirinhas), dependendo da cor delas, azul ou vermelha.

Nascido e criado em Oslo, capital da Noruega, Lucas é apaixonado pelo Brasil. No fim de 2020, contou ao Olhar Olímpico, em português razoável, que é fã de Ronaldinho Gaúcho, da seleção brasileira, e de Neymar. Quando pré-adolescente, chegou a pedir e receber um uniforme do time brasileiro de esqui à Confederação Brasileira de Desporto na Neve (CBDE). Mas, destaque nos eventos de base na Noruega, acabou naturalmente sendo absorvido pelo sistema esportivo daquele país, maior potência olímpica dos esporte de neve.

"O meu lado brasileiro define quem eu sou, é grande parte da mim", disse na recente entrevista aos site dos Jogos Olímpicos, revelando saudade de estar mais próximo à família materna, baseada em Campinas. Uma medalha, mesmo que para a Noruega no quadro de medalhas, seria meio brasileira meio norueguesa. Mas, favorito ao pódio, Lucas perdeu uma porta logo na primeira descida e foi eliminado sem completar a prova em sua primeira Olimpíada.

A boa notícia é que outro brasileiro, este sim competindo pelo Brasil, não só conseguiu participar da prova, como alcançou um excelente resultado parcial. Nascido no Ceará e radicado nos EUA, Michel Macedo não sabia até poucas horas antes da primeira descida se seria liberado da quarentena, depois de testar positivo para covid.

Seu reserva, o ítalo-brasileiro Valentino Caputo, filho de uma atleta olímpica da Itália, chegou a viajar para Pequim, mas de última hora Michel teve um teste negativo e foi liberado para competir, desde que fizesse tudo sozinho, sem a companhia de nenhum membro da delegação e se contato com ninguém. Em sua segunda Olimpíada, conseguiu um ótimo 37º lugar na primeira descida, com o tempo de 59s88. Mas, na segunda, perdeu uma porta e terminou eliminado, sem classificação final.