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COB demite Bichara, diretor responsável por recordes em Pan e Olimpíadas
Em atitude que pegou todo mundo de surpresa dentro do Comitê Olímpico do Brasil (COB), o presidente Paulo Wanderley demitiu hoje (22) o diretor de esporte Jorge Bichara, quase uma unanimidade no esporte olímpico. Internamente, ele é considerado o responsável pelos recordes de medalhas nos Jogos Pan-Americanos de Lima e nas Olimpíadas de Tóquio.
Bichara trabalhava no COB desde 2005, crescendo na hierarquia ao longo dos anos, e ficou com a diretoria de Esporte com a saída de Marcus Vinicius Freire, depois da Rio-16. Ao seguir no cargo mesmo após a reformulação, passou a ser visto como o cara por trás do que dava certo no COB. Rebeca Andrade e Isaquias Queiroz, para ficar em dois ídolos do esporte, têm em Bichara um pai — o carinho é recíproco.
O diretor acompanhava treinamentos de perto e de longe e sabia de cabeça resultados e desempenhos dos melhores atletas do Brasil. Por ele passava a preparação para Paris e a maior parte da programação de treinamento dos atletas com chance de ir aos Jogos.
A saída é resultado de uma queda de braço com Christian Trajano, que hoje ocupa a gerência de Educação e Controle de Doping. Trajano é amigo de Sandro Teixeira, filho de Paulo Wanderley. Graças à influência do hoje presidente do COB, Trajano trabalhou no governo federal com Rogério Sampaio (hoje CEO do COB) e com o próprio Sandro. Quando o filho de Paulo Wanderley perdeu espaço em Brasília, Trajano foi contratado pelo COB —ele está no comitê desde 2018.
Inicialmente, Paulo Wanderley queria dividir a área de esportes, deixando Bichara com o treinamento e Trajano com a parte médica. Bichara foi contra. Não coincidência, a demissão de Bichara vem uma semana depois de o COB demitir outro desafeto de Trajano, Vinicius Loyola, seu único subordinado — hoje Trajano é um gerente sem equipe para gerir.
Ainda assim, a demissão de Bichara causou espanto para os primeiros que souberam. No fim de semana, o COB realizou o Congresso Olímpico em Salvador e o clima era ótimo. Bichara estava feliz porque Erlon Souza havia voltado a remar com Isaquias Queiroz depois de se recuperar de lesão.
A tendência é que, com a saída de Bichara, seja ampliada a influência da chamada "República do Judô", formada por pessoas que, assim como Paulo Wanderley, ex-presidente da CBJ, e do campeão olímpico Rogério Sampaio, vieram do judô. O provável é que Kenji Saito, gerente executivo de Desenvolvimento Esportivo do COB, seja anunciado como novo diretor de Esporte.
O COB ainda não se pronunciou sobre a demissão. Em comunicado interno, disse que Rogério Sampaio fica como interino. O UOL procurou a assessoria de imprensa da entidade e vai atualizar essa matéria assim que o COB se pronunciar.
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