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Olhar Olímpico

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Petrúcio faz 10s29 e dispara como paralímpico mais rápido da história

Petrúcio Ferreira celebra recorde mundial paralímpico - Marcello Zambrana/CPB
Petrúcio Ferreira celebra recorde mundial paralímpico Imagem: Marcello Zambrana/CPB

31/03/2022 19h24

Petrúcio Ferreira aproveitou o vento a favor batendo no Centro Paralímpico, em São Paulo, para disparar como corredor paralímpico mais rápido de todos os tempos. Nesta quinta-feira (31), em um evento para tomada de tempo, ele marcou 10s29 nos 100 metros rasos e se firmou como melhor da história.

O paraibano de 25 anos já era dono do recorde mundial da sua classe, a T47, para atletas com deficiência nos membros superiores, e melhorou a marca em 13 centésimos de uma só vez, o que é uma enormidade para provas de 100 metros. Ajudou um vento de 1,8 m/s, perto do limite de 2 m/s — acima disso, os tempos não valem para rankings e recordes.

Bicampeão dos Jogos Paralímpicos nos 100m da T47, Petrúcio já era, desde o Mundial de 2019, o mais rápido no geral, uma vez que ninguém das demais classes já correu a distância em tempo menor que o dele. Em Tóquio, o norueguês Salum Ageze Kashafali, deficiente visual, quase o alcançou, mas ficou em 10s43, contra os 10s42 do recorde do brasileiro.

Com o tempo de hoje, Petrúcio coloca 14 segundos de folga sobre qualquer outro paralímpico na história. "Melhorar o tempo é sempre minha meta. Desde os Jogos de Tóquio 2020, nos quais conquistei a medalha de ouro e bati o recorde paralímpico da prova, eu não parei de treinar. Fiz todo o trabalho multidisciplinar para me manter em alto nível. Estou muito feliz com o resultado", disse ele.

A marca é expressiva mesmo quando comparada com atletas olímpicos. No ranking brasileiro do atletismo olímpico do ano passado, Petrúcio teria sido oitavo colocado com essa marca, brigando inclusive por uma vaga no revezamento que foi aos Jogos Olímpicos. Na prova de hoje, aliás, ele deixou para trás Derick Souza, campeão mundial de revezamentos com o Brasil no atletismo olímpico.