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Presidente do skate se defende após Kelvin sair da seleção e criticá-lo
Duda Musa, presidente da Confederação Brasileira de Skate (CBSk), usou as redes sociais para se defender das críticas feitas pelo medalhista olímpico Kelvin Hoefler, excluído da seleção brasileira por não concordar com as exigências feitas pela entidade. De acordo com Duda, a confederação não poderia abrir mão de oferecer igualdade de condição para todos.
"Conversamos com os 12 skatistas que estiveram em Tóquio. Oferecemos a cada um deles as mesmas condições contratuais. Todos os skatistas foram tratados em igualdade de condições. Não abrimos privilégios para ninguém. Sabemos que esse é o caminho dentro de um processo de profissionalização da modalidade. Apenas um dos skatistas não concordou com algumas das contrapartidas do contrato, como já indicamos no anúncio da seleção. Lamentamos muito a ausência e tentamos reverter a situação, mas não podemos abrir mão da igualdade de condições para todos", escreveu Duda no Twitter.
Como contou o Olhar Olímpico, a CBSk exigiu contrapartidas dos atletas para convocá-los para a seleção. Aos atletas olímpicos do skate, incluindo Kelvin, foram oferecidos dois pacotes. Em um, com salário de R$ 6 mil, plano de saúde, e assistência financeira para pagar hospedagem e alimentação em viagens.
Mas, em troca, os skatistas precisam se comprometer a cumprir uma série de contrapartidas, incluindo envio prévio de agenda pessoal com um mês de antecedência, uso obrigatório de uniforme da confederação em eventos oficiais da entidade, cumprimento "fiel" ao formato de trabalho aprovado em conjunto, participação em 4 eventos anuais da seleção e duas entrevistas a veículos de imprensa escolhidos pela confederação. Os atletas também teriam que fazer dois posts institucionais por mês em suas redes sociais.
No outro pacote o salário cai a R$ 3,5 mil, mas sai também a necessidade de ir a quatro eventos por ano, é obrigatório só um post por mês e o planejamento pode ser alterado. Foi essa opção feita por atletas como Pâmela Rosa e Rayssa Leal, pelo que apurou a reportagem.
Kelvin, porém, não concordou com o modelo e optou por ficar fora da seleção. No Instagram, reclamou. "Fui o primeiro brasileiro a conquistar uma medalha olímpica para o Brasil pós-pandemia. Infelizmente, enquanto o skate brasileiro não estiver em mãos de skatista, não existirá nenhuma consideração pelo trabalho. Quem sabe, sabe o quanto me esforcei e quebrei meu corpo inteiro pelo skate", postou o medalhista olímpico.
Duda se defendeu. "Quando criamos a seleção em 2018, a ideia não foi 100% aceita pela comunidade do skate. E talvez ainda não seja. Quatro anos depois, me sinto muito feliz de saber que nomes importantes da cena querem muito integrar a seleção. Na prática, para além das três medalhas olímpicas. Isso é um sinal de que nosso trabalho está no caminho certo", escreveu.
O dirigente continuou: "As decisões que impactam no presente e no futuro do skate brasileiro são sempre tomadas de maneira colegiada dentro da CBSk. Foi assim que definimos inclusive que os 12 olímpicos seriam convocados. E também foi como definimos a relação de nomes indicados pela comissão. A CBSk nunca deixou de ser conduzida por skatistas. Vice-presidente, diretoria, consultores técnicos da seleção, membros do conselho de gestão. Todas essas pessoas são skatistas com um peso histórico e reconhecimento da comunidade do skate mundial", escreveu.
Parte da comunidade do skate critica o fato de o presidente da entidade não ser alguém ligado à modalidade. Duda foi por muitos anos o empresário responsável pelos contratos publicitários de Neymar e chegou à CBSk como vice-presidente, para ser o braço direito de Bob Burnquist. Quando o ídolo do skate renunciou ao cargo, deixou Duda na presidência. No fim de 2020, o empresário foi reeleito com ampla maioria dos votos (23 a 6).
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