Topo

Olhar Olímpico

REPORTAGEM

Texto que relata acontecimentos, baseado em fatos e dados observados ou verificados diretamente pelo jornalista ou obtidos pelo acesso a fontes jornalísticas reconhecidas e confiáveis.

Brasil é bronze na Copa do Mundo e entra na elite da ginástica rítmica

Conjunto brasileiro que foi bronze na Copa do Mundo de Pesaro - Divulgação/Federação Italiana
Conjunto brasileiro que foi bronze na Copa do Mundo de Pesaro Imagem: Divulgação/Federação Italiana

05/06/2022 16h26

A ginástica rítmica do Brasil entrou no seleto grupo das melhores do mundo. Neste domingo (5), o conjunto brasileiro faturou uma histórica medalha de bronze na Copa do Mundo de Pesaro, disputada na Itália, em prova que contava com cinco finalistas olímpicas. O pódio veio na exibição mista, com duas bolas e três fitas.

A GR, assim como o nado sincronizado, tem uma hierarquia tácita, que faz com que uma seleção leve anos para conseguir uma subida acentuada de conceito perante os árbitros. Ao chegar em duas finais na Copa do Mundo, conquistando uma medalha, o Brasil mostrou que pode competir contra as melhores do mundo.

A competição olímpica de GR no conjunto tem duas provas. Uma com um implemento só, outra mista. Nos Jogos Olímpicos, vence a equipe com melhor somatório de notas, mas na Copa do Mundo há entrega de medalhas em cada uma das duas provas.

Neste domingo, na prova mista em Pesaro, o Brasil fez 28,650 pontos, contra 29,850 da Bulgária (atual campeã olímpica) e 32,450 da Itália (bronze em Tóquio). Deixou para trás a China (quarta colocada em Tóquio), o México, a Ucrânia (sétima), o Japão (oitavo) e o Cazaquistão. O Brasil até participou da última Olimpíada, conquistando a vaga continental, mas terminou somente na 12ª colocação, à frente do Egito e da Austrália, que também foram a Tóquio por cota regional.

O Brasil já havia feito uma boa apresentação em Pesaro nas eliminatórias da prova de cinco arcos, com pontuação 31,850, pior apenas que Itália, Bulgária e Itália. O time não repetiu o desempenho na final, com nota 27,250, terminando em oitavo. Mas, somando as notas da fase de classificação das duas provas, o Brasil obteve 59,600, o que valeria o quarto em Pesaro.

"Essa medalha veio a coroar o nosso trabalho, mostrando que o Brasil está entre os melhores do mundo, e isso logo no início do ciclo. A importância dessa medalha é muito maior quando se leva em conta a força dos adversários. Tivemos aqui cinco conjuntos que foram finalistas olímpicos em Tóquio", comemorou a técnica Camila Ferezin.

Segundo ela, o Brasil cresceu com o novo código de pontuação, que passou a valorizar mais a parte artística da apresentação. "Agora há uma nota específica para a parte artística, e esse é um elemento do nosso trabalho que sempre arrancou muitos elogios, porque nossas coreografias costumam ser muito bonitas, criativas e artísticas. Só não esperávamos que esse resultado viria tão cedo".

O Brasil não ia ao pódio de uma Copa do Mundo desde 2013. O time que colocou o nome na história hoje tinha Bárbara Galvão, Deborah Medrado, Giovanna Oliveira Silva, Maria Eduarda Arakaki e Nicole Pircio. Beatriz Linhares viajou como reserva.