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Patinação altera idade mínina nas Olimpíadas após doping de menina de 15
A Federação Internacional de Patinação (ISU, na sigla em inglês) anunciou hoje (7) uma mudança na idade mínima para mulheres serem elegíveis para disputarem os Jogos Olímpicos de Inverno, que passou de 15 para 17 anos. A decisão vem na esteira do caso de doping da russa Kamila Valieva, de 15 anos, nas Olimpíadas de Pequim, no início do ano.
Valieva, que vinha dominando as competições de patinação artística no seu primeiro ano entre as adultas e era o grande nome da Olimpíada, testou positivo para uma substância proibida em um teste realizado durante o Campeonato Russo. Mas o resultado analítico adverso (como é chamado o teste positivo) só foi conhecido durante as Olimpíadas.
E aí o Comitê Olímpico Internacional (COI) e a própria ISU caíram em um limbo. Precisavam retirar Valieva da competição, porque ela havia sido suspensa provisoriamente, mas não podiam informar publicamente o motivo, porque ela, enquanto menor de idade, é protegida pelo código da Agência Mundial Antidoping (Wada).
Como a história vazou para a imprensa norte-americana e inglesa, o COI e a ISU sentiram-se mais à vontade para passar a comentar publicamente o caso de Valieva, que acabou conseguindo autorização para disputar a prova feminina, mas, pressionada diante dos olhos do mundo inteiro, falhou em sua apresentação final, terminando fora de um pódio que, se tivesse a presença dela, não teria entrega de medalhas.
Ao anunciar sua decisão hoje, aprovada por 110 a 16 em assembleia geral, a ISU disse que "esgotamento, alimentação desordenada e consequências de lesões a longo prazo" eram um risco para jovens skatistas adolescentes, cada vez pressionada mais cedo a realizarem saltos quádruplos.
Para a ISU, é dever dela "proteger a saúde física e psicológica e a segurança de todos os atletas, incluindo atletas adolescentes de elite". É a mesma lógica que impede que meninas estreiem entre as adultas na ginástica artística antes do ano em que completam 16 anos.
A ideia é que, uma vez impossibilitadas de competirem entre as adultas, participando de Mundiais e Olimpíadas, essas meninas não sejam pressionadas cedo demais a realizar acrobacias mais complexas, que colocam em risco sua saúde física e mental.
Muito pouco adianta acertar um salto Biles aos 13 anos se a ginasta só pode mostrá-lo em grande competição aos 16. Em modalidades onde a carreira da atleta é curta, adiar a entrada na carreira adulta significa também postergar o fim dessa carreira.
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