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Paulo André fica fora do Troféu Brasil e desiste de correr em 2022
Presença constante em programas de variedades na televisão e em eventos de moda, Paulo André Camilo não vai voltar ao atletismo tão cedo. Sem treinar pelo menos desde que entrou no BBB, há quase cinco meses, o velocista abriu mão de participar do Troféu Brasil, no fim do mês, no Rio, conforme revelou o pai e treinador dele, Carlos Camilo, em entrevista ao jornal O Globo. Com isso, também não vai ao Mundial, em julho.
Pai e filho tinham o sonho de irem juntos a uma Olimpíada, o que não pode ser realizado em Tóquio porque o velocista foi convocado, mas seu pai não. O plano foi adiado para Paris-2024 e, por conta dele, Camilo era contra Paulo André entrar no BBB. Entendia que a pausa na carreira seria maléfica para ele como atleta, e para o sonho dos dois.
Mas, já durante o BBB, Camilo reconheceu que a escolha fez bem ao filho. Ainda assim, acreditava que Paulo André cumpriria a promessa de, saindo do programa, voltar a treinar. Tanto que, quando o governo federal cancelou a Bolsa Atleta de PA, o pai combinou com a Secretaria Especial do Esporte que ele voltaria a competir no Troféu Brasil. E foi além: disse que prepararia o filho para ganhar o torneio.
A vida de ex-BBB, porém, reservou outro destino ao corredor, que passou a ser convidado para os demais diversos eventos e gravações, a estrelar editorial de moda e desfilar na São Paulo Fashion Week. Paulo André entendeu que não era momento de abrir mão dessas oportunidades, no que o pai tem apoiado.
"Ele não abriu mão da carreira de esportista. Quer voltar e vai voltar voando. Mas vai voltar quando puder. Ele fez uma opção de entrar na casa do BBB e é isso. Ele está feliz e eu, também", disse o pai ao Globo.
Como já mostrou o Olhar Olímpico, Paulo André tem no currículo duas ótimas apresentações nos primeiros dias do chamado período de base, o equivalente à pré-temporada no futebol. Mas isso depois de férias bem mais curtas do que os cinco meses que ele agora está sem competir. E dentro de um planejamento de correr rápido no início da base, passar mais de dois meses só treinando, e só então voltar aos torneios, com evolução gradual.
Se voltasse a competir agora, Paulo André até poderia terminar o Troféu Brasil entre os cinco primeiros dos 100m e conseguir uma vaga no revezamento que vai ao Mundial. Mas para isso ele ter que se submeter a um risco muito alto de lesão, que atrapalharia sua carreira e seus compromissos publicitários. Não vale a pena arriscar.
Fora do Troféu Brasil e, consequentemente, do Mundial, Paulo André também fica sem marca para o ranking nacional e para ser convidado para meetings que acontecem em agosto e setembro, especialmente, quando acaba o ano no atletismo.
Caso Paulo André mantenha o planejamento de competir a sério em 2023, a tendência é ele voltar a treinar entre outubro e novembro, como costumava fazer, visando começar a participar de competições em março ou abril do ano que vem. A temporada 2023 terá como atrativos o Mundial de Revezamentos, na China, em maio, o Mundial de Atletismo de Budapeste, em agosto, e o Pan de Santiago, entre outubro e novembro.
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