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Canadense diz que mais atletas foram drogados no Mundial de Natação

A nadadora canadense Mary-Sophie Harvey - Reprodução/Instagram
A nadadora canadense Mary-Sophie Harvey Imagem: Reprodução/Instagram

08/07/2022 13h33

A nadadora canadense Mary-Sophie Harvey afirmou em videoconferência nesta sexta-feira (8) que não foi a única atleta a ser drogada durante o Campeonato Mundial de Natação, realizado no fim do mês passado em Budapeste, na Hungria. Ontem (7) ela revelou que não se lembra do que aconteceu durante boa parte da noite de encerramento do torneio, quando estava com outros nadadores. Os indícios são de que ela foi drogada por terceiros.

"Quando voltei para cá [para o Canadá], e durante a semana seguinte, fiquei com vergonha e senti que o julgamento dos outros estava muito presente. Me disseram que eu tinha bebido demais, que eu tinha que tomar cuidado com a bebida. Alguns até me disseram que eu poderia estar procurando por isso. Todas as vítimas desse tipo de incidente já ouviram isso antes, e acho que essa é uma das principais razões pelas quais as pessoas têm medo de denunciar essas situações", afirmou na entrevista coletiva.

A maior parte das delegações que participou do Mundial se hospedou em um mesmo hotel em Budapeste, onde interagiam. Encerrado o torneio, no domingo retrasado, eles fizeram uma festa. Mary-Sophie disse que bebeu "talvez quatro drinques" durante toda a noite, o que não justificava as consequências: ela não se lembra do que aconteceu durante um período de quatro a seis horas.

"As pessoas que estavam lá comigo me contaram sobre a noite. E juntando todos os pedacinhos da história, consegui ter uma ideia do que aconteceu. Eu não me sentia parte dessa história, porque eu não tinha lembranças dela", explicou. A nadadora, bronze com o revezamento 4x200m livre, não teve nenhum objeto pessoal roubado, exceto uma câmera descartável, que provavelmente tinha imagens do ocorrido.

No dia seguinte, acordou com uma torção nas costelas, concussão e diversos hematomas pelo corpo. Como o Canadá vai participar dos Jogos da Comunidade Britânica, ela retomou aos treinamentos tão logo retornou ao país, e, em um treinamento, desatou a chorar. Um colega a recomendou buscar ajuda, e foi quando ela fez a denúncia, que agora está sendo investigada pela Federação Internacional de Natação (Fina).

Durante a coletiva, a nadadora do Canadá afirmou que outros atletas também foram drogados durante aquela noite, sem especificar número de pessoas ou dar nomes. Ontem, um jornalista do site especializado Swim Swam postou no Twitter que buscava por pessoas que também tivessem sido drogadas.