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Vôlei: Brasil vence batalha contra o Japão e vai à semi da Liga das Nações

Kisy, da seleção brasileira de vôlei, na semifinal da Liga das Nações - FIVB
Kisy, da seleção brasileira de vôlei, na semifinal da Liga das Nações Imagem: FIVB

A seleção brasileira feminina de vôlei está pela 14ª vez seguida entre as quatro melhores do mundo da Liga das Nações, mantendo uma sequência que começou quando o torneio se chamava Grand Prix. Nesta quarta-feira (13), o Brasil fez um jogo duríssimo contra o Japão em Ancara (Turquia), sofrendo contra a poderosa defesa do time asiático, só deslanchou no quarto set, mas venceu por 3 sets a 1, parciais de 29/27, 28/26, 20/25 e 25/14. Na semifinal, vai pegar a Sérvia, zebra que venceu os EUA pouco depois.

Se a seleção teve dificuldades em virar bolas no ataque, principalmente no meio de rede, com Julia Kudiess só fazendo seu primeiro ponto de ataque no último set do jogo, o bloqueio compensou. Foram 16 pontos do Brasil neste fundamento, contra apenas seis das japonesas.

Depois de errar muito no primeiro set, a seleção conseguiu se concentrar e quase não entregou pontos ao adversário nas últimas três parciais, conseguindo uma vitória que contou muito com o componente emocional, apesar da juventude do time brasileiro, que contava com quatro garotas no time titular: Julia Kudiess (19 anos), Julia Bergmann (21), Kisy (22) e Natinha (25).

Classificado à semifinal, o Brasil enfrenta no sábado, provavelmente às 9h, a surpreendente seleção da Sérvia, que eliminou o favoritíssimo EUA, atual campeão olímpico e que venceu todas as três primeiras edições da Liga das Nações. A seleção americana vinha de uma campanha de 11 vitórias e só uma derrota na fase de classificação e caiu diante de um time que passou só com a sétima melhor campanha.

Ainda assim, as sérvias são poderosas: são as atuais campeãs mundiais, ganharam medalha nas últimas duas Olimpíadas (bronze em Tóquio e prata no Rio) e decidiram as últimas três edições do Europeu. O time, porém, nunca fez final de Liga das Nações ou, antes, do Grand Prix.

No outro lado da chave, as turcas jogam contra a Tailândia, amanhã. A Itália, único time, junto com os EUA, que venceu o Brasil na fase de classificação, pega a China, também amanhã. Levando em consideração as campanhas da fase de classificação, o Brasil agora é favorito ao título, que é inédito para todo mundo. Só os EUA, afinal, haviam vencido o torneio desde a mudança de nomenclatura.

Brasil sofre, mas vence

O jogo foi duríssimo desde o primeiro set. Em grande parte, por culpa da própria seleção brasileira. Com Kisy, Julia Bergmann, Natinha e Julia Kudiess titulares pela primeira vez em um jogo dessa importância e Gabi falhando em virar bolas, o Brasil errou demais na primeira parcial.

Foram 13 erros só no primeiro set, pontos entregues de graça ao Japão, que mal precisava se preocupar em virar bolas, dedicando esforços a defender bem, como é da escola asiática, devolver a bola para o Brasil, e esperar pelo erro. Tudo parecia perdido em 21 a 14 para o Japão, mas no saque de Gabi a seleção brasileira conseguiu uma sequência fantástica de sete pontos, empatando a partida. E aí foi lá e cá, com o Brasil desperdiçando quatro set points até fechar o primeiro set em 29 a 27.

No segundo set, os erros do Brasil diminuíram muito, com o saque também ficando mais tático. Gabi, que é a bola de segurança de Macris, passou colocar mais bolas no chão, e a seleção brasileira chegou a abrir três pontos. E aí foi o Japão que chegou, empatando no mesmo momento do primeiro set, no 21 a 21. Na troca de pontos, o Brasil chegou a comemorar vitória por 26 a 24, mas um desafio japonês revisou uma marcação dos árbitros, e a seleção teve mais um pouco de trabalho até fazer 28 a 26.

Com Carol e Julia Kudiess quase nada acionadas por Macris, o Brasil voltou a ficar atrás do Japão no placar de praticamente o terceiro set inteiro. A seleção brasileira até chegou a empatar em 20 a 20 quando Zé Roberto apostou em Rosamaria entrando para sacar. Mas aí os erros pesaram.

Primeiro, de Gabi, em uma recepção de saque que voltou para o lado japonês. Depois, do treinador, que queimou seus dois desafios em lances em que a arbitragem acertou, e não pôde questionar uma marcação aparentemente errada pró-Japão no 24ª ponto das rivais. Desatenta, a seleção brasileira levou cinco pontos em seguida e perdeu o set por 25 a 20.

Depois de três sets tendo que tentar buscar o placar no final, no quarto set o Brasil enfim foi dominante. Carol entrou na partida, recebendo a confiança de Macris, e o bloqueio funcionou ainda melhor, especialmente com as centrais. O jogo acabou quando Rosamaria entrou para sacar. Com ela em quadra o Brasil chegou aos 24 pontos, matando a partida com, enfim, o primeiro ponto de ataque de Julia Kudiess.

Gabi fechou a partida como principal pontuadora pelo Brasil, com 23 pontos. Kisy (20) e Julia Bergmann (17) vieram na sequência. Diferente do que vinha fazendo na fase de classificação, Zé Roberto usou pouco o elenco. Rosamaria só entrou para sacar e a inversão com Roberta e Lorenne foi utilizada apenas pontualmente.

Errata: este conteúdo foi atualizado
Diferentemente do que foi informado no texto, a Liga das Nações não se chamava Liga Mundial, e sim Grand Prix (no feminino). O erro foi corrigido.