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Com Carol protagonista, nova seleção de vôlei busca sua primeira final

Carol, central da seleção de vôlei na Liga das Nações - FIVB
Carol, central da seleção de vôlei na Liga das Nações Imagem: FIVB

15/07/2022 17h00

Não é de hoje que Ana Carolina, a Carol, é titular da seleção brasileira feminina de vôlei. Mas, em meio a estrelas como Thaisa, Natália e Fê Garay, não era em cima dela que ficavam os holofotes. Com o fim do ciclo de todas as nossas campeãs olímpicas na seleção, a central passou a ser protagonista do renovado time de José Roberto Guimarães.

Durante a campanha até a semifinal da Liga das Nações, que o Brasil joga neste sábado (16) às 9h contra a Sérvia, Carol fez incríveis 56 pontos de bloqueio, uma média de 4,3 por partida. Como comparação, na edição passada do torneio ninguém teve média sequer de três pontos por jogo. No total, já foram 11 pontos a mais do que qualquer outra jogadora.

Apesar de ser cada vez mais importante para o desempenho da equipe, Carol não acredita que tenha maior responsabilidade. "Cada uma tem a sua, a gente divide mais em grupo., Assim como as mais novas têm as responsabilidades delas, eu tenho as minhas. Meu papel é contribuir. Se for olhar por responsabilidade individual, cada uma tem uma posição. Faço o que me cabe", diz ela.

Além de Carol, o elenco que teve média de mais de 30 anos na Olimpíada do ano passado, agora só tem mais três atletas na casa dos 30: as levantadoras Macris (33) e Roberta (32), e a ponteira Pri Daroit (33). Gabi e Rosamaria, ambas com 28 anos, vêm na sequência.

Mas as cinco chegaram à seleção em momentos diferentes da carreira, em uma renovação gradual promovida por José Roberto Guimarães desde o ouro olímpico em Londres-2012. Agora o treinador não conta mais, de uma vez só, com nove das 14 jogadoras que participaram da fase final da Liga das Nações do ano passado. De uma hora para outra, o grupo foi muito renovado.

"Quando era Sheilla, Thaisa, Fabiana... era só eu e Gabi. Depois começou a aparecer Roberta, Macris. Não é como agora. Agora vieram várias meninas de diferentes idades. Acho que faz parte do processo e como algo muito positivo. As que são as mais velhas tem muito a contribuir. Estamos felizes de estar aqui, de ver uma geração com tanta vontade de aprender."

Uma dessas novatas é Kisy, oposta titular, que é quem mais pontos fez pelo Brasil na campanha. "Sabemos que a Sérvia vai ser um adversário difícil, é um sistema de jogo completamente diferente do Japão. Elas têm uma equipe alta, com um bloqueio pesado e um ataque forte. É um jogo parecido com o nosso, mas estou confiante na nossa equipe", disse ela.

Outro destaque na vitória por 3 sets a 1 sobre o Japão, Julia Kudiess só foi titular da seleção pela primeira vez quatro jogos atrás. E, desde então, vem correspondendo. Diante da Sérvia, a central de 19 anos fará o jogo mais importante da carreira. "Semifinal é outra história. Precisamos sacar muito bem e ser eficientes nos contra-ataques. Vamos entrar com tudo. Estou vivendo uma temporada muito especial. É mágico estar com esse grupo representando o Brasil."

O Brasil, em tese, é favorito contra a Sérvia. Na fase de classificação, venceu o rival por 3 sets a 0, com parciais de 25/21, 25/9 e 25/21. As sérvias, porém, eliminaram os Estados Unidos, atual time campeão olímpico, que tinha a melhor campanha e que venceu as três primeiras edições da Liga das Nações. A partida, às 9h, terá transmissão do SporTV2.