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Rebeca e Flávia são campeãs no Pan-Americano e empolgam a torcida no Rio
Um ano depois de se tornar campeã olímpica diante de uma arena sem torcida em Tóquio, do outro lado do mundo, Rebeca Andrade fez a festa de centenas de crianças nesta sexta-feira (15), no Rio de Janeiro. Diante de bom público na Arena Carioca, a ginasta do Flamengo e da seleção brasileira ganhou o título do Campeonato Pan-Americano nas barras paralelas, ficou com a prata na trave que teve como medalhista de ouro a amiga Flávia Saraiva, também ovacionada por uma torcida barulhenta.
Flávia também ganhou o ouro no individual geral, um dos resultados mais importantes de sua carreira, e o título mais importante na carreira adulta, o que, aliás, a ginasta só soube na zona mista. No solo, ela ficou com a medalha de prata. O evento contou com um time "misto" dos EUA, que trouxeram ao Rio, por exemplo, Kayla DiCello, bronze no individual geral do Mundial de 2021.
O Pan-Americano deste ano tem um formato incomum na ginástica artística. Para priorizar a final por equipes, esta prova ficou para o último dia, domingo. E a primeira apresentação de cada time, nesta sexta —que normalmente é classificatória para finais de aparelhos e do individual geral—, desta vez valeu medalha.
Para poupar o joelho direito, que já passou por três cirurgias, Rebeca não apresentou seu Baile de Favela no solo, repetindo a estratégia do Campeonato Mundial do ano passado. Pelo mesmo motivo, fez apenas uma apresentação no salto, a melhor do campeonato. Mas, para disputar medalha, a campeã olímpica precisaria fazer também um segundo salto, o que a comissão técnica entendeu que era um risco desnecessário.
As notas de Rebeca não são comparáveis com as da Olimpíada de Tóquio e do último Mundial, porque o código de pontuação mudou, mas as apresentações dela hoje foram todas em nível de quem vai brigar por todas as medalhas possíveis no Mundial de Liverpool, em outubro.
Coletivamente, a apresentação desta tarde serviu para classificar o Brasil para o Mundial. Garantiriam vaga, as cinco primeiras equipes, e a seleção formada também por Christal Bezerra, Carolyne Pedro e Julia Soares alcançou o objetivo, com sobras. O time foi o melhor da classificação, com um ponto e meio a mais que os Estados Unidos.
No domingo, a final por equipes vale só pelo teste do sistema de competição, sem descartes, que será igual no Mundial. Em Liverpool serão distribuídas as três primeiras vagas por equipes para Paris-2024, mas a briga do Brasil deverá ser pelas vagas remanescentes, que sairão em 2023.
No Pan, mesmo desfalcado de Jade Barbosa, com dores no joelho, o desempenho do Brasil foi muito bom. Rebeca foi ouro nas assimétricas com 14,967, e Flavinha terminou em nono no mesmo aparelho, no qual não costuma se sair bem. Na trave, no qual Flávia é especialista, o ouro ficou com ela (14,433), seguida por Rebeca (14,067) e por Julia Soares (13,667) — como, no esporte, cada país pode ganhar só duas medalhas por prova, o bronze não será entregue a Júlia.
No solo, Flávia ficou em segundo, com 13,333, atrás de DiCello. E, no salto, só Christal Bezerra fez duas apresentações entre as brasileiras, terminando em sétimo. Os saltos de Rebeca (14,500) e de Flávia (14,100) foram os dois melhores do evento.
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