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Almir avança no salto triplo e é 3º brasileiro a fazer final no Mundial

Almir Junior compete no salto triplo dos Jogos Pan-Americanos de Lima - Henry Romero/Reuters
Almir Junior compete no salto triplo dos Jogos Pan-Americanos de Lima Imagem: Henry Romero/Reuters

21/07/2022 23h36

Almir Junior será o terceiro brasileiro a disputar uma final no Mundial de Atletismo do Oregon, na cidade de Eugene, nos EUA. Atleta da Sogipa, do Rio Grande do Sul, ela foi o nono colocado das eliminatórias, nesta quinta-feira (21). Outros dois triplistas do Brasil terminaram entre os últimos.

Prata no Mundial Indoor de 2018, Almir tem sofrido com lesões nos últimos anos, mas chegou em boas condições físicas no Mundial. Ele abriu a competição com um salto ruim, de 16,32m, melhorou para 16,52m na segunda tentativa, ficando a um centímetro de entrar no grupo dos 12 primeiros naquele momento, e se classificou com um salto de 16,71m.

O brasileiro, que tem 17,04m como melhor salto da temporada e 17,53m como melhor da carreira, terá a oportunidade de, na final do Mundial, no sábado, mostrar que continua brigando entre os melhor do mundo, como foi no Mundial Indoor de quatro anos atrás, quando estava chegando ao salto triplo — até então saltava em altura.

"Ainda tenho muito a melhorar, mas estou feliz de ter entrado na final. Estar voltando às grandes competições. Estou feliz, aliviado, mantive a cabeça no lugar. Essa temporada na Europa, competição a gente aprende competindo. Foi importante para saber o que eu podia melhorar, o que eu podia fazer dentro da prova. Não fiz meu máximo, mas dei meu melhor", comentou Almir ao SporTV, demonstrando muita felicidade com o resultado.

Por enquanto, Almir é somente o terceiro brasileiro a se classificar a uma final do Mundial. Alison 'Piu' dos Santos venceu os 400m com barreiras e Darlan Romani foi quinto no peso. Outros atletas com potencial de passar à final, como Rafael Pereira, nos 110m com barreiras, e Izabela da Silva, no disco, ficaram pelo caminho.

Daniel Nascimento, na maratona, e Caio Bonfim, na marcha atlética, conquistaram resultados entre os 10 primeiros, também, com um oitavo e um sexto lugares, respectivamente. Vitória Rosa teve excelente desempenho na semifinal dos 200m, bateu recorde sul-americano, mas acabou fora da final.

De resto, a campanha do Brasil, que levou uma delegação de 58 atletas para Eugene, tem sido frustrante. No triplo, hoje, Mateus de Sá ficou em 24º e Alexsandro Melo, o Bolt, queimou todos seus três saltos e foi eliminado sem marca. Nos 5.000m, Altobeli Silva terminou em 29º. Ele também estava classificado nos 3.000m com obstáculos, mas não chegou a tempo nos EUA porque não havia tomado a segunda dose da vacina contra a Covid.

Será que dá?

Por muito tempo considerou-se que o recorde mundial feminino dos 200m era impossível de ser batido, ou quase isso. Florence Griffith-Joyner, a Jo-Flo, correu a distância em 21s34 na final olímpica de Seul e, até o começo do ano passado, ninguém havia chegado nem perto daquela marca. Mas isso mudou.

Hoje, a jamaicana Shericka Jackson venceu o Mundial com 21s45 e reduziu a distância para Jo-Flo para apenas 11 centésimos de segundo. Com isso, passou Eliane Thompson, campeã olímpica em Tóquio, e assumiu o segundo lugar do ranking de todos os tempos, ou o primeiro para o movimento que defende que os recordes de Jo-Flo sejam anulados — há uma crença, nunca comprovada, de que ela, que morreu jovem por problemas cardíacos, corria dopada.

Na final do Mundial, a prata ficou com Shelly-Ann Fraser-Pryce, da Jamaica, veterana de 35 anos que chegou à sua 13ª medalha de Mundial. Thompson terminou apenas em sétimo.

Depois, para fechar o dia, Noah Lyles, dos EUA, venceu a prova masculina dos 200m com a incrível marca de 19s31. A marca é a quarta melhor da história e o deixa em terceiro no ranking de todos os tempos, atrás de Bolt (que tem 19s19) e Yohan Blake. A exibição é, pelo quadro de pontos da World Athletics, que equipara resultados de provas diferentes, uma das 10 melhores de todos os tempos em provas de pista. Agora, a prova de Piu nos 400m com barreiras é a 11ª.