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Concessionária diz vender cadeiras do Pacaembu para não jogá-las no lixo
A concessionária Allegra Pacaembu alega que colocou à venda, como cadeiras, antigos assentos do Estádio do Pacaembu porque não haveria como a Prefeitura de São Paulo reaproveitá-los em outros equipamentos públicos. Serão vendidas 600 peças e as demais jogadas no lixo. Procurado, a Prefeitura afirmou que "não há qualquer restrição legal ou contratual à iniciativa" (leia a nota completa abaixo).
Ainda que fixados, os assentos são considerados mobília e pertenciam, portanto, ao patrimônio público. Quando o estádio foi repassado da Prefeitura à concessionária, entre o fim de 2019 e o início de 2020, funcionários municipais encheram caminhões com outros bens públicos, e muita coisa foi jogada no lixo —o Olhar Olímpico revelou o descarte de parte da história do Pacaembu.
Na interpretação da concessionária, a Prefeitura, mesmo sabendo que os assentos seriam substituídos, deixou-os no estádio, e eles acabariam no lixo se não fossem reaproveitados.
"Qualquer tentativa de reaproveitamento seria mais custosa à Prefeitura, do que a aquisição de novos assentos. O destino das cadeiras era o descarte [lixo] e não a utilização em outros Centros Esportivos", comentou a Allegra.
"As cadeiras não são autossustentáveis, ficavam fixadas em bases metálicas que não são reaproveitáveis. Além disso, estavam, em grande parte, bastante danificadas e foi necessário um restauro para que, aproximadamente 600, estivessem em condição de comercialização", continuou a empresa.
É comum que assentos descartados na reforma de um estádio sejam doados a outro. Da última grande obra do Maracanã saíram 8 mil assentos para o estádio do Serrano, de Petrópolis, 7 mil para o do Macaé, além de outros milhares para clubes como Bangu, São Cristóvão e Olaria. O Grêmio, quando desmontou o Olímpico, também doou assentos para diversos clubes gaúchos menores.
Nesta quarta-feira, um anúncio no site da loja Tok&Stok vendia as antigas cadeiras do Pacaembu por valores que chegavam a quase R$ 1,8 mi. Segundo a loja, todo o valor obtido com a venda das peças será revertido em benefício da ONG Gol de Letra. A Prefeitura classificou a medida como uma "iniciativa sócio-ambiental, com o objetivo de enaltecer a história do futebol no estádio mais emblemático da cidade de São Paulo".
Leia a nota da Prefeitura na íntegra:
"A Prefeitura de São Paulo, por meio da Secretaria Municipal de Esportes (SEME), informa que não há qualquer restrição legal ou contratual à iniciativa.
O Contrato de Concessão do Complexo prevê a necessidade de a Concessionária Allegra Pacaembu realizar a substituição dos assentos existentes nas arquibancadas por novos, constituídos por material durável e resistente.
Cumprindo com a sua obrigação contratual, a Concessionária efetivou a retirada dos assentos antigos e desgastados para substituição de novos e resistentes assentos, gerando material que inicialmente seria descartado.
Cabe a Concessionária realizar a destinação e/ou descarte dos materiais e equipamentos existentes no Complexo do Pacaembu, prezando pela sustentabilidade e por um descarte que gere o menor impacto e interferência possível.
A Allegra Pacaembu, em ação conjunta com a Tok&Stok, lançou hoje uma edição limitada de cadeiras e banquetas fabricadas com os antigos assentos das arquibancadas do Pacaembu. Trata-se de uma iniciativa sócio-ambiental, com o objetivo de enaltecer a história do futebol no estádio mais emblemático da cidade de São Paulo.
Todo o lucro da comercialização será revertido para a "Fundação Gol de Letra" - organização da sociedade civil, sem fins lucrativos, que desenvolve, desde 1998, projetos para contribuir com a educação de crianças e jovens de comunidades socialmente vulneráveis. E que o reaproveitamento das cadeiras evitou seu descarte, dando a elas um novo propósito."
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