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Olhar Olímpico

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Olimpíada de 2028 pode ter futebol americano e kart, mas descarta futmesa

Felipe Drugovich nos tempos de kart - Erno Drehmer/Divulgação
Felipe Drugovich nos tempos de kart Imagem: Erno Drehmer/Divulgação

04/08/2022 11h43

Os Jogos de Los Angeles convidaram nove esportes para reuniões visando a inclusão de novas modalidades no programa olímpico de 2028. Na lista estão esportes que já foram disputados em Olimpíadas, como o beisebol/softbol e o caratê, velhos candidatos, como o squash, e opções novas, como o flag football, que é uma versão mais democrática do futebol americano.

A lista de modalidades convidadas a fazerem uma apresentação foi inicialmente publicada pelo Cricbuzz, um site especializado em críquete, e depois confirmado pelo Inside The Games, referência na cobertura do movimento olímpico.

O processo seletivo não tem um número definido de vagas, porque há muitos fatores a serem levados em consideração. Um deles, o total de atletas que podem participar de Los Angeles-2028: 10.500. Outro, o futuro de boxe, levantamento de peso e pentatlo moderno, modalidades históricas do programa olímpico e que, por enquanto, não estão entre as 28 garantidas na edição de 2028. O boxe, por problemas de gestão. O LPO, por falhar em controlar o doping. O pentatlo, à espera de uma modernização no evento. Segundo o COI, as três têm "um caminho" até Los Angeles.

Desde Tóquio-2020, as sedes têm a opção de sugerir a inclusão de modalidades pontuais, que precisam ser aprovadas pelo Comitê Olímpico Internacional (COI). No Japão, foram incluídos escalada velocidade, skate, surfe, caratê e beisebol/softbol. As três primeiras se tornaram modalidades fixas do programa, garantidas em Paris-2024 e Los Angeles-2028, mas o beisebol, que distribui muitas credenciais e poucas medalhas, foi excluído junto com o caratê.

Em Paris, a novidade vai ser o breaking, uma prova da modalidade "dança", que pode ou não continuar no programa para Los Angeles. O fato de não demandar grandes estruturas físicas, não exigir muitas credenciais, e ser um esporte nascido nos Estados Unidos, com influência na cena urbana de Los Angeles, pode pesar a favor do breaking, convidado a fazer uma apresentação aos organizadores.

Também vão apresentar seus planos o beisebol/softbol, o caratê, o críquete (principal esporte da Índia e do Paquistão, segunda e quinta maiores populações do mundo, respectivamente), o lacrosse (um hóquei sobre a grama jogado com bastões que parecem de caçar borboleta, popular nas universidades de elite dos EUA, e que já foi olímpico em 1904 e 1908, disputado outras três vezes como demonstração), o kickboxing (bastante praticado no sudeste asiático) e o squash, que tem calendário internacional profissional bastante organizado.

Entre os escolhidos para cumprir esta primeira etapa também aparecem o flag football, que é a versão mais light do futebol americano, já presente no World Games, por exemplo, e o automobilismo. De acordo com o Inside The Games, uma opção da FIA é propor a inclusão de uma competição olímpica de kart. A regra da Carta Olímpica que dizia que esportes cuja performance depende essencialmente de propulsão mecânica não são aceitáveis no programa olímpico caiu em 2012. Também pode vir da FIA a primeira competição em jogos eletrônicos da história dos Jogos Olímpicos, com um simulador de corrida.

Ao mesmo tempo, a lista de convidados joga um balde de água fria nas modalidades que ficaram de fora e que vão ter que esperar no mínimo até 2032 para sonharem entrarem no programa. Nesse grupo está, por exemplo, o teqball, que nada mais é do que a organização húngara do futmesa, e que assegurava aos atletas que o esporte estaria em Los Angeles-2028.