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Renan vê Brasil entre favoritos do Mundial de Vôlei e admite pressão
Renan Dal Zotto não foge da responsabilidade. O treinador da seleção brasileira masculina sabe que os altos e baixos são inerentes ao esporte, mas que o time que comanda está muito mais acostumado aos altos do que aos momentos de baixa, como o atual. E que, por isso, é grande a pressão para que a equipe se recupere no torneio mais duro do calendário, o Campeonato Mundial.
O torneio será disputado de 26 de agosto a 11 de setembro, na Polônia e na Eslovênia, e, apesar do quarto lugar na Olimpíada, perdendo os dois jogos decisivos, e de uma frustrante eliminação nas quartas de final da Liga das Nações deste ano, Renan acredita que seu time vai brigar por título.
"Estamos vivendo momento de transição, mas a gente vai brigar por título. Na VNL (Liga das Nações de Vôlei) a equipe teve altos e baixos, e, por motivos circunstanciais, vários motivos, caímos numa quartas contra uma equipe norte-americana que vem crescendo muito. Mas o Brasil é um dos favoritos em qualquer competição que disputar. Nem sempre vai conseguir ganhar, mas não tenho dúvida de que o mundo vê o Brasil como um dos favoritos", disse o treinador à coluna.
"A gente quer que a seleção reconquiste o que conquistou nos meus primeiros três primeiros anos aqui. É questão de momento, a gente sabe da realidade, mas é cíclico. Se a gente olhar para trás, o feminino que agora está em ótima fase, teve alguns momentos ruins, mas o masculino é a primeira vez que estamos vivendo uma baixa. A pressão existe, é normal, saudável. Isso nos alimenta muito para trabalhar no dia a dia."
O otimismo de Renan é baseado não só na camisa da seleção brasileira de vôlei, a mais pesada do mundo, mas também nas últimas duas semanas de treino. Depois de perder Alan, por lesão, durante Liga das Nações, e precisar confiar a posição de oposto ao jovem Darlan, de só 20 anos, agora ele tem de volta o experiente Wallace, que abriu mão da aposentadoria da seleção para jogar o Mundial, e do promissor Felipe Roque, que retorna ao vôlei depois de um ano afastado por lesão.
"Quando ligamos para Wallace, ele atendeu muito feliz. Ele disse: 'Eu estou muito feliz de receber essa ligação, estou parado, mas vou começar a treinar amanhã. Se acham que posso ajudar, estou dentro'", contou Renan. A conversa foi em junho, quando Alan teve diagnosticada uma ruptura no tendão de Aquiles da perna direita. Um mês depois, o treinador entendeu que precisava, sim, de Wallace, e o chamou de volta.
"Foi um movimento muito legal da parte dele. Ele chegou muito feliz, confiante, e isso elevou bastante a motivação da equipe. Não que ele venha para ser salvador da pátria, mas ele estando a gente fica mais encorpado. O fato de termos dois ou três opostos vai ser bom", avalia o treinador, que, na fase final da VNL, só contava com Darlan.
Renan já definiu o grupo de 14 atletas para o Mundial, com três opostos: Wallace, Darlan e Felipe Roque, que passou por cirurgia de LCA em julho do ano passado e vinha sendo preservado pela comissão técnica pensando no Mundial. "Se estivéssemos jogando o mês passado o Mundial a gente ia correr o risco de tê-lo dentro do grupo. Mas como a VNL é uma preparação para o ciclo, ele foi preservado para voltar agora em melhores condições", explica o treinador.
No meio de rede, ele contava com Isac, que precisou pedir dispensa por lesão. Leo, garoto de 20 anos do Sesi-SP, foi chamado, treinou alguns dias com a seleção, mas já voltou a São Paulo. Sem ele, serão só três centrais no Mundial: Lucão, Flávio e Aracaju.
Renan se diz satisfeito com o grupo que vai levar à Europa. "Eu acho que a gente vai chegar bem no Mundial. Está todo mundo muito confiante. Temos um grupo bem interessante, com um grupo de jogadores mais experientes e uma garotada muito jovem. Não é garantia de nada, mas a confiança existe, e a vontade está muito boa", afirma.
A maior parte do grupo já está na casa dos 30. Bruninho e Lucão têm 36, Leal e Thales têm 33, Wallace 32, e Lucarelli 30. Flávio está com 29. Renan, porém, diz que ninguém tem vaga cativa nem no time titular nem no grupo que, daqui a dois anos, vai à Olimpíada.
"O Lucão e o Brunho estão com 36 e eu parei com 33. Eles tão íntegros fisicamente, saudáveis. Mas não tem cadeira cativa. Muita coisa pode acontecer até Paris. No esporte tudo acontece muito rápido. A gente torce para que esses garotos deem o clique e tenham a chance de jogar em Paris também."
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