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Basquete em crise: CBB convoca assembleia para tirar chancela do NBB
Enquanto a seleção masculina busca o título da Copa América em Recife (PE), uma briga por poder atinge os bastidores do basquete brasileiro. Neste sábado (10), poucas horas antes da semifinal contra o Canadá, a Confederação Brasileira de Basquete (CBB) convocou assembleia para tirar a chancela do NBB.
Na prática, a confederação quer impedir que os clubes, que pagam os salários da maior parte dos jogadores da seleção brasileira, continuem organizando o campeonato nacional, rompendo unilateralmente um termo de compromisso ratificado pelo atual presidente da CBB, Guy Peixoto, e válido por prazo indeterminado.
O NBB é o campeonato brasileiro de basquete desde 2009, um ano depois de a LNB ser fundada. Na época, a CBB não conseguia organizar um torneio nacional, a ponto de a edição de 2006 não ser finalizada. Desde então, o NBB é considerado um sucesso.
Mas, desde que chegou à presidência da CBB, em 2017, Guy Peixoto vem demonstrando incômodo com o fato de a confederação não comandar o campeonato nacional. Ele chegou a ratificar o contrato assinado em 2009, mas em diversas vezes bateu de frente com a LNB.
Agora a briga chegou a um novo patamar depois que a CBB conseguiu junto à Fiba uma vaga a mais para o Brasil na Liga Sul-Americana (equivalente à Copa Sul-Americana do futebol) e indicou o time campeão da segunda divisão nacional, torneio agora organizado por ela.
A LNB apontou que isso fere o contrato entre as partes, que diz que o NBB é o único campeonato nacional classificatório para torneios internacionais, e entrou na Justiça contra a CBB. E a confederação usa isso como argumento para convocar a assembleia.
"A CBB se encontra em franco processo de reestruturação e recuperação de sua credibilidade, reunindo plenas condições para a direção, promoção, organização e realização de todos os campeonatos nacionais de basquete na categoria adulta", diz a nota que convoca a assembleia. A CBB, porém, não cita capacidade de organizar um torneio feminino, que também tem organização terceirizada, para a Liga de Basquete Feminino (LBF).
Na mesma nota, a CBB argumenta que a LNB vem "reiteradamente desrespeitando suas obrigações e deveres previstos no termo de compromissos e aditivos, bom como descumprindo seus deveres e obrigações estatutárias enquanto membro da CBB". A nota cita apenas um dever supostamente não cumprido: o respeito ao STJD do basquete como justiça desportiva do NBB.
A CBB conclui que o "modela (sic) atual" prejudica o pleno desenvolvimento do basquete brasileiro, sem detalhar as razões, convocando a assembleia para 14 de outubro, em Brasília.
O Olhar Olímpico procurou a LNB, que desconhecia a convocação e pediu tempo para analisar a novidade. A CBB não respondeu o contato. Tão logo as duas entidades comentem a notícia, este texto será atualizado.
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