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Prefeito rejeita entregar praça Charles Miller à concessionária do Pacaembu
O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), disse nesta quinta-feira (19) que, durante a gestão dele, que vai até o fim de 2024, a praça Charles Miller não será entregue à concessionária Allegra Pacaembu, que administra o complexo esportivo do Pacaembu.
"Com relação à praça Charles Miller, não será feito nenhuma ação que coloque ela dentro do reequilibro da concessão. Eu, enquanto prefeito, não autorizarei que a Charles Miller faça parte da concessão. Esse assunto está superado. Eles podem pleitear outros valores e prazos, mas a Charles Miller eu, enquanto prefeito, não vou admitir", afirmou ele durante evento na Associação Comercial de São Paulo em que ele assinou o Projeto de Intervenção Urbana (PIU) Setor Central.
Em janeiro, o Olhar Olímpico revelou que a Allegra apresentou um pedido de reequilíbrio financeiro do contrato de concessão do complexo esportivo, alegando que teve prejuízos causados pela pandemia. No pedido, ela solicitou mais 15 anos de contrato, um desconto de 71% no valor da outorga fixa (cerca de R$ 10 milhões a menos para a prefeitura) e que a praça fosse incorporada à concessão.
Em documento obtido pela coluna e revelado em janeiro, a SP Parceiras indicou concordar com o pleito. "A proposta para a referida absorção do equipamento na área da concessão, como forma de compensação dos desequilíbrios decorrentes da pandemia, é um caminho possível de ser formatado pelo poder concedente, ante os benefícios estimados, tanto econômico, quanto urbanísticos e operacionais", disse em relatório.
Em abril, a prefeitura colocou todo o processo sob sigilo, que depois acabou sendo revogado. Na última terça-feira (13), a TV Globo noticiou que mais uma vez os documentos foram retirados de um mecanismo de transparência da prefeitura.
Foi neste contexto que Ricardo Nunes, que em maio disse que pessoalmente era contra a inclusão da Charles Miller, mas que a decisão era técnica, voltou atrás para hoje afirmar que na gestão dele a praça não será incluída na revisão do contrato.
Como também já mostrou a coluna, a concessionária alega ter tido prejuízo com a pandemia, porque o Pacaembu ficou fechado, ao mesmo tempo em que a Progen, que lidera o consórcio, recebeu da prefeitura R$ 35 milhões por um contrato de construção de dois hospitais de campanha, sendo um deles no próprio estádio.
A partir do trabalho em São Paulo, a Progen passou a ser contratada para erguer diversos hospitais de campanha em todo o Brasil. Em 20 de abril de 2020, como contou o jornal Valor Econômico, a empresa tinha 3 mil leitos contratados.
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