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Olhar Olímpico

REPORTAGEM

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Rebeca é bronze no solo em última apresentação do 'Baile de Favela'

Rebeca Andrade é bronze no solo no Mundial - Ricardo Bufolin/CBG
Rebeca Andrade é bronze no solo no Mundial Imagem: Ricardo Bufolin/CBG

06/11/2022 13h53

Rebeca Andrade aposentou a série 'Baile de Favela', neste domingo (6), com uma medalha de bronze na final do solo no Mundial de Liverpool (Inglaterra). Ela pode agradecer a comissão técnica dos Estados Unidos pelo pódio. Teria ficado em quarto se os norte-americanos não tivessem pedido uma revisão da nota da Jade Carey, que acabou alterada para baixo, permitindo a Rebeca empatar com ela em terceiro.

A apresentação foi de despedida da série embalada por Baile de Favela, que precisa ser aposentada depois de quatro anos. Acabou sendo também a pior exibição da série em grandes competições. Só neste Mundial ela havia tirado 14,200 nas eliminatórias (nota mais alta do dia), 14,066 na final por equipes (terceira melhor do dia) e 14,400 no individual geral (nota mais alta do dia).

Mas, na final do aparelho, ficou com 13,733, uma nota justificada pelos desequilíbrios que ela teve na chegada de ao menos duas diagonais e de um giro. A brasileira ainda ficou em primeiro lugar durante toda a primeira metade da prova, mas acabou ultrapassada pelas norte-americanas Jordan Chiles e Jade Carey, ambas com 13,833.

Mas a comissão norte-americana pediu a revisão da nota de Carey, que foi mudada para 13,733, exatamente igual de Rebeca. As duas ficaram empatadas, e passaram a torcer contra as irmãs britânicas Jennifer e Jessica Gadirova. A primeira foi mal, mas a segunda fechou a final com 14,200 e o ouro em casa, bastante ajudada pela arbitragem, como já havia acontecido no individual geral. Chiles ficou com a prata, e Carey com um dos bronzes. Ajudada pela comissão norte-americana, Rebeca levou o outro bronze.

Grande Mundial

Rebeca teve um Mundial extenuante. Competiu forte nos quatro aparelhos nas eliminatórias, carregou a seleção na final por equipes, e depois faturou o ouro no individual geral. Depois de 12 séries em seis dias, ainda tinha mais três finais para competir. Precisou descer do aparelho na final das barras assimétricas, ontem, terminando em oitavo e último lugar entre as finalistas, depois de classificar em terceiro.

Na trave, aparelho onde teve somente a oitava melhor nota da classificação, mas sonhava com medalha, também caiu na final, logo no início da apresentação. Terminou em oitavo. E ela já havia cometido, nas eliminatórias, uma falha que custou medalha. Rebeca errou a entrada na mesa no segundo salto classificatório, precisou priorizar não se machucar, e acabou fora de uma final onde seria grande favorita ao ouro, repetindo Tóquio-2020 e o Mundial do ano passado.

Ainda que só tenha ido ao pódio em um aparelho, o solo, Rebeca mostrou que pode brigar por medalhas em Paris nos quatro, além da equipe, caso tenha o acompanhamento de Flávia Saraiva e, se possível, de Jade Barbosa. Em Liverpool, o Brasil só não ganhou medalha por 0,9 pontos.

Flavinha não compete

Flávia Saraiva estava escalada para disputar a final até cerca de meia hora antes do início da final. Mas Flavinha, que havia sentido dores no tornozelo direito durante sua série na trave nas eliminatórias, voltou a reclamar da lesão.

Por causa do tornozelo, Flavinha só se apresentou nas assimétricas na final por equipes e não competiu na final do individual geral, priorizando a recuperação para esta final do solo, uma vez que ela havia se classificado com a melhor nota.

A lesão acabou atrapalhando o que poderia ter sido o Mundial da consagração de Flavinha. A nota dela no Pan teria dado a ela a prata no individual geral, e com ela, o Brasil tinha tudo para ir ao pódio por equipes, conquistando a vaga olímpica para Paris. Além disso, Flávia tinha série para o ouro na trave.