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Olhar Olímpico

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Federações pressionam e CBV deve demitir CEO Adriana Behar

Adriana Behar, CEO da CBV - Divulgação/CBV
Adriana Behar, CEO da CBV Imagem: Divulgação/CBV

08/11/2022 22h44

A pressão do grupo de federações que elegeu Toroca para mais um mandato à frente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) deve fazer a entidade demitir a duas vezes medalhista olímpica Adriana Behar do cargo de CEO da confederação. O anúncio é esperado para esta quarta-feira (9), quando a diretoria da CBV deve se reunir com os gerentes abaixo dela.

O pedido pela "cabeça" de Adriana foi discutido em reunião há cerca de um mês em Maceió (AL), terra de Toroca, que preside a CBV à distância. No encontro, pelo que apurou a coluna, o dirigente se comprometeu em demiti-la em um momento mais adequado — por aqueles dias, a seleção feminina jogava o Campeonato Mundial.

Há uma semana, o pedido pela demissão da CEO foi formalizado em uma carta com 11 signatários, especialmente federações do Nordeste, que foram fundamentais para Toroca vencer o grupo liderado por Minas Gerais na apertada eleição de 2021. No documento, as federações citam que Adriana passa boa parte do tempo no exterior, com a família, culpam essa "ausência" pela falta de negócios beneficiando a CBV e dizem que ela não tem "experiência em gestão".

A CEO ficou sabendo da carta e a respondeu, também em um documento que circula entre dirigentes do vôlei brasileiro. Escrevendo a Toroca e ao vice Radamés Lattari, que é quem toca a confederação no dia-a-dia, ela cita que o modelo de trabalho híbrido foi acordado com Radamés no convite para que ela trabalhasse na CBV. Em cinco páginas de texto, ela cita diversas realizações, incluindo novos patrocinadores, que trouxeram R$ 6 milhões para a confederação, novos convênios com órgãos públicos, e bons resultados das seleções de quadra.

A expectativa, porém, é que a direção da CBV ceda aos pedidos das federações e demita Adriana amanhã. Além dela, também podem perder seus cargos pessoas da confiança dela, como Julia Silva, gerente de seleções, citada indiretamente na carta como a responsável por derrotas do Brasil em torneios continentais das categorias de base.

Adriana Behar é uma das mulheres com cargo mais importante dentro do sistema esportivo brasileiro. Atualmente duas confederações olímpicas, de remo e ginástica, são presididas por mulheres, e, além do vôlei, também o rúgbi tem uma CEO mulher. A CBRu, porém, movimenta muito menos recursos que a CBV e a ginástica.