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Adriana Behar é demitida da CBV, e líderes da seleção feminina protestam
Adriana Behar, então CEO da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV), foi demitida do cargo nesta quinta-feira (9), em decisão da diretoria que havia sido antecipada ontem pelo Olhar Olímpico. Antes mesmo de a demissão ser confirmada publicamente pela entidade, a capitã da seleção feminina, Gabi Guimarães, foi ao Instagram para defender a dirigente, e recebeu o apoio de diversas colegas.
"Todo tipo de cobrança é válida, mas é necessário e urgente que tenhamos o entendimento das funções a atribuições que cada cargo ocupa e precisa desempenhar. E que cada um saiba das suas responsabilidades. Infelizmente, não é o que vemos hoje dentro do nosso esporte. Indignação seletiva é ruim e apenas prejudica o desenvolvimento da nossa modalidade. Até quando teremos que lidar com funcionários que nunca aparecem e seguem sem nenhum tipo de cobrança?", questionou.
Em outro story, Gabi defendeu Behar diretamente, destacando pontos levantados por presidentes de federação em carta na qual pediram a demissão da CEO. "Obrigada pela história construída em apenas dois anos de trabalho. Pela confiança e TRANSPARÊNCIA. Pelo DIÁLOGO sempre aberto e franco com os atletas. Pelos avanços que tivemos, pelos valores implementados e pela sua PRESENÇA sempre que necessitamos. Sem dúvida é uma grande perda para o vôlei".
Como mostrou a coluna ontem, Behar foi demitida a pedido do grupo de federações que reelegeu Walter Pitombo Laranjeiras, o Toroca, como presidente da CBV, especialmente do Nordeste. Eles reclamaram, em carta, que Behar não tinha diálogo com as federações e, especialmente, que ela trabalha boa parte do tempo remotamente, dos EUA, para acompanhar a família. Esses mesmos dirigentes deram um terceiro mandato a Toroca, que tem 88 anos e raramente sai de Alagoas. A carta aponta diversos problemas da gestão da CBV, mas culpa somente Adriana por eles, isentando o presidente.
A reeleição de Toroca, no começo do ano passado, aconteceu apesar da oposição da maior parte dos principais jogadores do país, que apoiavam a oposição. A contratação de Adriana, uma ex-atleta duas vezes medalhista olímpica, para o cargo de CEO, visava reduzir esses atritos, que agora voltam a ser expostos.
Ao criticar publicamente a decisão da diretoria da CBV, Gabi fala em nome do grupo que é hegemônico na seleção feminina. Não à toa, as críticas dela já foram compartilhadas por Macris, Sheilla e Carol Gattaz. Por enquanto, não há o mesmo movimento na seleção masculina.
Em nota, a CBV confirmou a saída, agradecendo Adriana pelo trabalho. "Adriana se dedicou ao crescimento e ao desenvolvimento do voleibol, conquistando importantes resultados. A CBV agradece todo o seu empenho e reconhece os méritos do trabalho realizado, porém neste momento a opção é seguir por outra linha de gestão interna. Bicampeã mundial e duas vezes medalhista olímpica, Adriana Behar tem seu nome na história do voleibol e terá sempre o respeito e a admiração da CBV."
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