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Entenda como fica a corrida olímpica após judô renovar a seleção
Uma seletiva nacional realizada no fim de semana renovou parte da seleção brasileira que vai tentar vaga nos Jogos Olímpicos de Paris. Além de catorze atletas que já estavam garantidos na equipe pelo desempenho deles no ranking mundial ou no Campeonato Mundial, outras 14 vagas foram atribuídas através de confrontos diretos na Sogipa, em Porto Alegre. Mas, entre os novatos, as chances de vaga olímpica são baixas. Os pontos para o ranking olímpico já são contados desde o meio deste ano.
Em ciclos passados, incluindo o de Tóquio-2020, a seleção era formada por até quatro atletas por categoria. Agora, como o ciclo e o cobertor são mais curtos, com menos recursos disponíveis para viagens, a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) optou por uma seleção mais enxuta. Seguem na equipe, para 2023, os atletas que ficaram nas sete primeiras colocações do Mundial ou estão em até 17º lugar do ranking. Além deles, uma vaga por categoria foi distribuída na seletiva.
Por critérios previamente anunciados, só podem ser convocados para etapas do Circuito Mundial que distribuem mais pontos na corrida olímpica (Grand Slam e Grand Prix) os judocas que ficaram em primeiro ou segundo das seletivas deste fim de semana, ou a do ano passado, além dos medalhões dispensados dessas peneiras. Quem não atende esses critérios até pode ser inscrito nesses eventos com recursos próprios, ou dos clubes, mas o caminho até Paris fica muito mais improvável.
"Neste ano, o campeão e a campeã de cada categoria na Seletiva conquistarão o direito de representar o Brasil em uma competição internacional no início de 2023. Essa competição será definida pela comissão técnica da seleção brasileira de acordo com o nível técnico de cada atleta, podendo ser um Grand Prix, um Open com treinamento ou um Grand Slam. É o que chamamos de investimento adequado", explica Marcelo Theotonio, gerente de Alto Rendimento da CBJ.
A seleção em cada categoria fica assim:
Masculino até 60kg - Diego Ismael da Cruz (Minas), de 22 anos, que não tem pontos no ranking, venceu a seletiva em uma categoria onde a seleção não tinha ninguém. Além dele, também podem ser convocados para os principais eventos o também novato Chrystian Diogenes da Silva (Paineiras), vice agora, Allan Kuwabara (Pinheiros) e Ryan Conceição (Nagai-RJ), primeiro e segundo em 2021. Desses, Ryan é o que aparece melhor no ranking olímpico, em 61º. Michel Augusto, de 18 anos, número 39 do ranking, ficou fora.
Masculino até 66kg - Willian Lima (Pinheiros) é o 25º do ranking olímpico e é o grande favorito a ir a Paris. Eric Takabatake (Pinheiros), que subiu de categoria, é o desafiante. Ele é 66º do ranking olímpico e foi segundo na seletiva, derrotado pelo experiente Phelipe Pellim (Pinheiros), que parte do zero no ranking. O natural é a CBJ apostar nos dois que já estão mais à frente.
Masculino até 73kg — Bronze em Tóquio e no último Mundial, agora em nova categoria, Daniel Cargnin é sexto do ranking olímpico e tem tudo para ir a Paris. Na seletiva, Vinicius Ardina (Sesi), de apenas 19 anos, ganhou a chance de entrar na seleção, mas ele sai quase do zero. Júlio Koda (Minas) e Jeferson Santos (Olhar Futuro) também podem ser convocados pelo resultado de 2021, também partindo quase do zero.
Masculino até 81kg - Guilherme Schmidt (Minas), de apenas 22 anos, ganhou duas etapas de Grand Slam este ano e já é o sexto do ranking olímpico. Assim, ele é o grande favorito a ir a Paris na categoria. Seu principal adversário deverá ser Eduardo Yudy (Pinheiros), que representou o Brasil em Tóquio-2020 e venceu a seletiva de sábado, mas está zerado, assim como Guilherme Guimarães (Minas), vice agora. Vinícius Panini (Pinheiros), vice em 2021, tem oito pontos.
Masculino até 90kg - Rafael Macedo, sétimo do ranking olímpico, e Marcelo Gomes, por ter ficado em sétimo no Mundial, ambos da Sogipa, seguem na seleção em 2023. Aos 22 anos e em 29ª lugar no ranking, Marcelo deve ser o desafiante, enquanto Macedo é o favorito a ir a Paris. Giovani Ferreira (Pinheiros) e Gustavo Assis (Reação), campeão e vice da seletiva, partem do zero.
Masculino até 100kg - Número 22 do ranking olímpico, Rafael Buzacarini segue na seleção e é favorito a ir a mais uma Olimpíada. Seus concorrentes são Eduardo Bettoni (Minas), que subiu de categoria, e Leonardo Gonçalves (Sogipa), campeão e vice no sábado, mas que estão zerado. William Souza Jr (Minas) pode ser convocado pelo resultado de 2021. Ele tem só cinco pontos.
Masculino mais de 100kg - Rafael Silva (Pinheiros) é o sexto do ranking mundial, 31º do ranking olímpico, mas sua ida até Paris é uma incógnita, devido à idade. O problema é que o Brasil não tem reposição à altura. João Cesarino (Reação) venceu a seletiva, mas em quatro Grand Slams que disputou este ano, só ganhou uma luta. Tiago Palmini (Minas), que tem bem menos experiência internacional, é 67º do ranking olímpico, foi vice na seletiva, e aparece como alternativa.
Feminino até 48kg - Amanda Lima (Minas) venceu a seletiva e deve ser a principal aposta para Paris. O torneio, aliás, repetiu o resultado de 2021 e do ranking mundial. Número 26 do ranking mundial, Amanda terá a concorrência somente de Natasha Ferreira (Sociedade Morgenau), 58ª. No ranking olímpico, Amanda tem só 18 pontos. Natasha, nenhum.
Feminino até 52kg - Larissa Pimenta (Pinheiros) é 12ª do ranking e, por isso, nem precisou lutar a seletiva. Ela, que já esteve em Tóquio-2020, é favorita a ir a Paris. Thayná Lemos (Reação), campeã ontem depois de baixar de categoria, Gabriela Conceição (Minas), vice, não têm pontos no ranking. Yasmin Lima (Reação), que triunfou em 2021, é a 27ª do ranking olímpico, um posto atrás de Larissa. Maria Taba (Minas), vice em 2021, corre por fora.
Feminino até 57kg - Rafaela Silva (Flamengo) é campeã mundial e tem tudo para ir a Paris. Mas o Brasil tem concorrentes fortes: Jessica Lima (Sogipa), 31ª do ranking olímpico, e Jessica Pereira (Reação), 60ª, que venceu a final entre elas ontem.
Feminino até 63kg - Medalhista em Pequim-2008, Ketleyn Quadros (Sogipa) está no caminho de mais uma Olimpíada, em 12º lugar no ranking olímpico da categoria. A seletiva levou à seleção Gabriela Mantena (Minas), que é só a número 114 do ranking. Nuana Silva (Pinheiros) e Tamires Crude (Reação) também correm por fora. Prata no Mundial Júnior do ano passado e 29ª do ranking olímpico, Kaillany Cardoso ficou só em terceiro na seletiva.
Feminino até 70kg - Maria Portela (Sogipa) é oitava do mundo e tenta ir à sua quarta Olimpíada. Mas ela tem fortes concorrentes, especialmente Luana Carvalho (Umbro), número 50 do ranking olímpico e bronze no Mundial Júnior do ano passado. Na seletiva o título ficou com Aléxia Castilhos (Sogipa), que subiu de categoria e parte do zero no ranking. Eduarda Rosa (GNU), vice, também pode ser convocada.
Feminino até 78kg - Mayra Aguiar (Sogipa) foi campeã mundial de novo, lidera o ranking, e deve ir a Paris. Há anos ela não tem ameaça na categoria. Na seletiva, o título ficou com a novata Milena Silva (Minas), que venceu Eliza Ramos (Flamengo). Beatriz Freitas (Pinheiros), 24ª do mundo, ficou em terceiro e segue convocável pelo vice de 2021.
Feminino mais de 78kg - Beatriz Souza (Pinheiros) é a segunda do ranking mundial, vem de pódio nos últimos dois Mundiais, e é forte candidata a medalha em Paris. Mesmo sem lutar competição oficial desde Tóquio-2020, Maria Suelen Altheman em tese pode continuar na seleção. Ela é 17ª do mundo. Na seletiva, o título ficou com Giovanna Santos (Flamengo), que tem só três pontos no ranking. Katia Alves (GNU), que tem zero pontos, também é elegível.
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