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Olhar Olímpico

REPORTAGEM

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Clubes de basquete anunciam aliança a favor da liga; Flamengo é exceção

Fuller, do Corinthians, tenta marca Brandon Robinson, do Flamengo, em partida pelo NBB - Helena Petry/CRF
Fuller, do Corinthians, tenta marca Brandon Robinson, do Flamengo, em partida pelo NBB Imagem: Helena Petry/CRF

17/11/2022 12h04

Vinte dos 21 principais clubes do basquete masculino brasileiro assinaram carta conjunta, distribuída ontem à noite (16), defendendo a Liga Nacional de Basquete (LNB) como organizadora do Campeonato Brasileiro, em resposta ao manifesto interesse da Confederação Brasileira de Basquete (CBB) de passar a realizar o torneio. Há uma e importante exceção: o Flamengo, que, à coluna, que espera o Conselho Administrativo da liga se reunir para, enfim, se posicionar.

Como já mostrou o Olhar Olímpico, o clube rubro-negro, maior campeão da LNB e que tem um dirigente ligado ao clube na presidência da Liga, vem atuando ao lado da CBB nesta guerra de bastidores com a LNB. O racha vem depois que o Flamengo perdeu a final do torneio passado para o Franca e seu principal dirigente, Guilherme Kroll, foi suspenso por ofender a arbitragem.

No mês passado, a CBB aprovou em assembleia o encerramento unilateral do contrato que permite à LNB organizar o "Campeonato Brasileiro Masculino de Basquete", que há mais de uma década é o NBB. A edição deste ano continua chancelada, mas a confederação promete "tomar as medidas necessárias" para cumprir a decisão da assembleia. Em breve, se for feita a vontade da CBB, o evento organizado por ela será o Brasileiro oficial, classificatório para torneios internacionais.

É aí que entram os principais clubes do país. Para um campeonato ser forte, eles precisam estar presentes. E, na carta de ontem, eles indicam que não topam a mudança. "Mais uma vez somos instados a reafirmar nossas convicções e crenças e a ratificar nossa opção pela autogestão e de escolher nossos próprios caminhos. Por isso, diante da nossa responsabilidade no desenvolvimento do basquetebol, na formação de atletas, conquista de fãs e resultados das equipes e seleções, vimos por meio deste manifestar nosso compromisso irrestrito em manter a LNB na condução do Campeonato Brasileiro de Basquetebol, hoje intitulado NBB, e demais competições que organizamos com autonomia legal, profissionalismo e transparência", diz a carta.

"Esperamos portanto, da CBB, a reconstrução de uma pauta sinérgica com a LNB e todo o ecossistema do basquetebol, cumprindo o pactuado entre as instituições e trabalhando conjuntamente no intuito da construção de uma modalidade cada vez mais popular e de melhor qualidade para o Brasil", continuam os clubes, que listam diversas conquistas da liga nestes últimos 15 anos.

O Flamengo disse, em nota, que "foi procurado e só tomou ciência da carta na noite de quarta-feira". "Antes de assinarmos, tomamos a iniciativa de convocar o Conselho de Administração, composto por representantes de todos os clubes, para discutirmos o documento. A reunião foi agendada para sexta-feira, mas a carta foi divulgada ainda na noite de ontem. O Flamengo tende a ir de acordo com a decisão da maioria, mas não sem antes haver uma conversa entre todas as partes", afirmou.

Assinam a carta, com exceção do Flamengo, todos os clubes que disputam o NBB desta temporada e equipes importantes que atualmente estão licenciadas, como Mogi, Vasco e Botafogo. Sem eles, fica muito mais difícil de a CBB organizar um torneio relevante. Considerando todos os semifinalistas da segunda divisão dos últimos dois anos, só Liga Sorocabana, Araraquara e Osasco (os três últimos colocados do Paulista deste ano) não assinaram a carta, além do Blumenau, que é um time satélite do Flamengo.