Governo Bolsonaro libera R$ 150 mil a ONG de Tandara, do vôlei

A jogadora de vôlei Tandara Caixeta foi contemplada, na semana passada, com um repasse de quase R$ 150 mil para sua ONG, o Instituto Tandara Caixeta. A verba liberada é uma emenda parlamentar de Leila Barros (PDT-DF), senadora eleita pelo Distrito Federal e cotada para ser a ministra do Esporte na gestão do presidente eleito Lula (PT).

O repasse de R$ 149.990,72 a partir de um termo de fomento do Ministério da Cidadania foi publicado no Diário Oficial da União (DOU) do último dia 13 de dezembro. Ele é destinado ao presidente do instituto, Cleber de Oliveira Junior, que é casado com Tandara. A atleta ocupa o cargo de vice-presidente da entidade. O objeto do convênio é a "implementação e desenvolvimento do projeto Escola de Volleyball Tandara Caixeta, em Taguatinga/DF".

Tandara foi flagrada em exame antidoping durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, no ano passado, e, em maio passado, foi suspensa por quatro anos.A jogadora abriu uma escola de vôlei em Osasco, na Grande São Paulo, onde mora. Nas redes sociais, a escola é apresentada como uma empresa, não um projeto social.

Antes do anúncio da suspensão, ela começou a trabalhar em sua campanha para deputada federal pelo MDB de São Paulo, convidada pelo prefeito da capital, Ricardo Nunes, e pelo atual governador Rodrigo Garcia (DEM). Ao longo da campanha, ela tentou colar sua imagem com a de Jair Bolsonaro, a quem declarou "apoio incondicional".

Tandara adotou o slogan "em defesa do Brasil" e passou a apresentar como principal pauta o combate às mulheres trans no esporte. Entre os apoios publicados nas suas redes sociais estava o do ex-ministro da Cidadania João Roma (PL), que deixou o cargo para se candidatar a governador na Bahia e que indicou seu substituto, Ronaldo Bento, que agora liberou a verba para a ONG.

Com 7.412 votos, Tandara não conseguiu se eleger — foi só a 26ª mais votada do MDB em São Paulo.